ATA DA VIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 10.04.1996.

 

Aos dez dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Décima Nona Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 03 Pedidos de Providências, 04 Pedidos de Informações nºs 39/96, 40/96, 41/96, 42/96 (Processos nºs 840/96, 841/96, 842/96, 848/96); pelo Ver. Luiz Negrinho, 01 Pedido de Providências; pelo Ver. Mário Fraga, 05 Pedidos de Providências; pelo Senhor Prefeito Municipal, 01 Ofício nº 143/96, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Executivo nº 70/93 (Processo nº 2444/93). Do EXPEDIENTE constaram: Ofício nº 001/96, do Ver. Nereu D'Ávila; Telegramas dos Deputados Estaduais Arno Frantz e Heron de Oliveira; do Senhor Hugo Eduardo Giudice Paz, Presidente da Federação da Agricultura do Estado e do Senhor Claudio Langoni, Secretário Municipal do Meio Ambiente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Luiz Negrinho reportou-se ao seu pronunciamento de segunda-feira, dia oito de março, sobre a Sanga da Morte, e que até o momento, o problema não foi solucionado pelo Executivo Municipal. Também discorreu a respeito de uma área invadida da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor, que está sofrendo intervenção da Secretaria Municipal de Obras e Viações. A seguir, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, Tribuna Popular, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Carlos Cézar Pereira Ramos – Presidente da Associação dos Moradores do Beco do Adelar, que se reportou à troca do nome do Beco e ações referentes ao Orçamento Participativo. Após foi votada e aprovada a Ata da Décima Nona Sessão Ordinária. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Mário Fraga, referiu-se ao tema da Tribuna Popular e manifestou seu apoio ao Projeto sobre a mudança do nome do Beco do Adelar. O Ver. Paulo Brum, colocou que está empenhando esforços na luta em prol da comunidade do Beco do Adelar e que formalizou um Pedido de Informações, para obter uma planilha sobre a situação real da regularização fundiária do referido Beco. O Ver. Henrique Fontana, externou a posição da sua Bancada sobre as demandas dos moradores do Beco do Adelar reafirmando o empenho da Administração Municipal em atender seus interesses. O Ver. Reginaldo Pujol reportou-se ao Tema da Tribuna Popular, comentando a sua posição e a dos moradores do Beco do Adelar acerca do nome deste logradouro. Às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo reabertos às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a existência de "quorum". Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Pedro Américo Leal, comentou a posição da Assembléia Legislativa sobre o processo de emancipação de trinta novos municípios no Estado. Na oportunidade, na forma do artigo 94, § 1º, “f”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu Tempo Especial ao Ver. Clovis Ilgenfritz, que teceu considerações acerca da institucionalização do Orçamento Participativo. Em continuidade, foi iniciado o período de PAUTA, em Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 05/96; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 34/94, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 124/95, 28 e 40/96 e o Projeto de Lei do Executivo nº 15/96; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 27 e 35/96, o Projeto de Lei do Executivo nº 14/96. Constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento da Vera. Helena Bonumá solicitando seja adiada por uma Sessão a votação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/95. Às quinze horas e quarenta minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de "quorum", reiniciando-se a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 27/95 por vinte e quatro Votos SIM e uma ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, optando pela Abstenção o Ver. João Dib. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. Luiz Braz solicitando seja adiada por uma Sessão a discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 19/95. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Ver. Pedro Américo Leal solicitando sejam dispensadas do envio às Comissões para Parecer as Emendas nºs 01 e 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 81/95. Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelos Vereadores Dilamar Machado, Jocelin Azambuja, Maria do Rosário e encaminhado à votação pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, o Projeto de Lei do Legislativo nº 81/95, com ressalva das Emendas, por dezenove Votos SIM, dois Votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, votando Não os Vereadores Dilamar Machado e Jocelin Azambuja, optando pela Abstenção os Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal. Em continuidade, foram aprovadas as Emendas nºs 01 e 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 81/95. A seguir, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Artur Zanella, Reginaldo Pujol, Raul Carrion, João Dib e Luiz Braz, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Ver. Pedro Ruas, Requerimento do Ver. Raul Carrion solicitando seja alterada a ordem de apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia, por dezesseis Votos SIM, nove Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Raul Carrion, votando Não os Vereadores Artur Zanella, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, optando pela Abstenção o Ver. Pedro Américo Leal. Em continuidade, foi rejeitado por dezoito Votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Ver. Raul Carrion, Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila solicitando seja adiada por cinco Sessões a votação do Parecer nº 56/96 da Comissão de Constituição e Justiça, votando Não os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion. A seguir, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, foi rejeitado, por dezessete Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja, encaminhado por Sua Excelência, solicitando seja adiada por três Sessões a votação do Parecer nº 56/96 da Comissão de Constituição e Justiça, votando Não os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, optando pela Abstenção o Ver. Fernando Záchia. Em votação, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Jocelin Azambuja, Nereu D'Ávila e Antonio Hohlfeldt, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, o Parecer nº 56/96 da Comissão de Constituição e Justiça, por dezessete Votos SIM, votando os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, este com declaração de voto, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion. A seguir, foi encaminhado à votação pelo Ver. Artur Zanella Requerimento do Ver. João Verle solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia, solicitando precedência para os Requerimentos encaminhados à Mesa, Requerimento este que deixou de ser votado por insuficiência de "quorum" necessário à votação da prorrogação da presente Sessão por mais duas horas. Às dezoito horas e sete minutos, esgotado o tempo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Mário Fraga, Edi Morelli e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Reginaldo Pujol, Mário Fraga, Lauro Hagemann, Pedro Ruas e Antonio Hohlfeldt, estes quatro últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

ERRATA

 

ATA DA VIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA – EM 10.04.1996.

 

- Após o pronunciamento em Tempo Especial efetuado pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, deve ser acrescentado: “(...)Na oportunidade, através de Questões de Ordem, os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Nereu D'Ávila, João Verle e Henrique Fontana pronunciaram-se acerca do pronunciamento efetuado pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, em Tempo Especial, tendo o Ver. Antonio Hohlfeldt formulado Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a ouvida da Procuradoria da Casa quanto ao assunto(...)”.

 

- Durante a ORDEM DO DIA, quando dos registros referentes à votação do Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila, de adiamento da votação do Parecer nº 56/96, da Comissão de Constituição e Justiça, deve ser acrescentado que este Requerimento foi encaminhado à votação pelos Vereadores Nereu D'Ávila, João Dib, João Motta e Airto Ferronato.

 

- Durante a ORDEM DO DIA, após a votação do Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja, de adiamento do Parecer nº 56/96, da Comissão de Constituição e Justiça, deve ser acrescentado que o Ver. João Dib formulou Requerimento verbal, solicitando o registro nos Anais da forma de participação do Ver. Jocelin Azambuja no processo de apreciação do Requerimento de adiamento de votação, acima referido.

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Antes de passarmos para o período da Tribuna Popular o Ver. Luiz Negrinho está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Na segunda-feira eu fiz um pronunciamento a respeito do problema da Sanga da Morte. Parece que naquele momento eu estava adivinhando que no dia de ontem iria chover. Fiquei impressionado com o descaso do pessoal do DEP em relação a esse assunto. Estive ontem na reunião da Comissão do Orçamento Participativo, quando falei com o amigo Adaucto que me garantiu que o trabalho de desentupimento seria feito à tarde – o problema que desemboca na Avenida Icaraí. À noite caiu um grande volume de água na nossa cidade. Eu, na segunda-feira, parece que estava prevendo isso. Um horror o que aqueles moradores passaram na noite de ontem. Está lá, passei agora pela manhã e verifiquei que nada foi feito. Estou atropelando a Tribuna Popular para que dê tempo ao Executivo de mandar resolver aquele problema, porque quem passa de ônibus, quem vem da zona sul pela avenida Icaraí, constatou o fedor imenso que está ocorrendo naquela região. Fico surpreso quando leio nos jornais que a administração popular está com 70, 80% de aprovação. Mas os problemas prioritários de nossa cidade não estão sendo resolvidos. Os problemas fáceis de se resolver, sem um custo mínimo, não estão sendo resolvidos. Está lá para todos verem. É a terceira vez que venho à tribuna falar do problema do entupimento da Sanga da Morte. O que ouço do Executivo é que a empresa que estava fazendo o serviço abandonou as obras. Agora a população está pagando. Não há custo nenhum. Basta mandar uma máquina lá para resolver o problema. O Sr. Adaucto me disse que ontem à tarde iriam fazer o serviço. Eles não cobram do Executivo, eles cobram do representante da comunidade, até porque eles não têm acesso ao Executivo, e é incrível a romaria até a minha casa para um problema tão simples de ser resolvido. Espero que nas próximas horas a população da Vila Cristal não sofra mais com esse problema.

Outro problema, que surgiu no feriadão, de que tomei conhecimento, hoje pela manhã, é a respeito de uma área da FEBEM, invadida, conhecida como Vila Jacuí, no final da Rua Curupaiti com a Av. Jacuí. Todos sabemos que há cinco anos houve uma grande invasão numa área do Estado, que a Prefeitura, através dos seus comandados da área de risco, está tentando demolir as casas com retroescavadeira, e essa área não tem nada a ver com o Município. Recebi, hoje pela manhã, uma comissão de moradores, dizendo que apreenderam uma máquina, cercaram uma retroescavadeira, que estava para demolir uns alicerces, que foram feitos no feriado. Já venho falando, aqui, sobre o terrorismo que a SMOV está fazendo com essas áreas invadidas do Município, mas essa não é uma área do Município. É uma área do Estado. A Prefeitura não tem nada que fazer lá dentro, se alguém tem que tirar, que seja o Estado.

Para encerrar, peço desculpas aos moradores do beco do Adelar, que usarão a Tribuna Popular, pois eu não poderia deixar de falar, até porque sei que lá eles também são atingidos por essa Administração. Na sexta-feira, já antecipo aos colegas Vereadores, farei um pronunciamento sobre um problema, que acontece nesta Casa, onde algumas Comissões e alguns Vereadores sabem que não é nossa atividade, de que não é nossa obrigação, estarmos resolvendo questões trabalhistas. Tem um Parecer, que lerei desta tribuna, que é um horror. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Carlos Cézar Pereira Ramos, Presidente da Associação dos Moradores do Beco do Adelar, vai tecer comentário sobre a troca de nome do Beco e ações referentes ao Orçamento Participativo. V. Sa. está com a palavra.

 

O SR. CARLOS CÉZAR PEREIRA RAMOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores presentes. A Vila Beco do Adelar existe há mais de 80 anos. Instalaram-se ali na época algumas famílias: os Rochas, os Mendes Euriques, os Fragas, e outros. E com o decorrer do tempo foram permitindo que algumas pessoas morassem ali, principalmente com o êxodo rural, ou seja, a partir de 1960. Hoje a Vila Beco do Adelar possui 780 casas, morando ali cerca de 3 mil pessoas. Vila Beco do Adelar para nós é até estranho dizer que aquilo é beco porque beco é uma rua sem saída e o Beco do Adelar tem muitas ruas. E Adelar quem será, para nós muito estranho. Nunca morou nenhum Adelar, nunca morou lá naquela vila, pelo que se sabe, pode até ter morado, mas nunca fez nada que merecesse o nome. Mas hoje os moradores que muitas vezes se constrangem quando tem que dar o endereço Vila Beco de Adelar, decidiram que deveriam mudar o nome da Vila. Foi feito uma assembléia geral onde três nomes foram aprovados. Não chegamos naquele dia a um consenso então decidimos fazer um plebiscito com voto secreto. A vila antigamente era conhecida por Aberta dos Morros. Mas Aberta dos morros seria muito expansiva porque começa na rua Cirino Brunes, próximo ao Parque Lavoura e vai até a Hípica. Os moradores tiveram três sugestões de nome. Vila Beco do Adelar, não seria mais interessante, então decidiram mudar para: Vila Aberta dos Morros, Jardim Aberta do Morro e Nova Ipanema. Não chegando ao consenso nesta assembléia, fez-se o plebiscito em que o nome Nova Ipanema ganhou por maioria dos votos. Temos ata, livro de participação, etc. Um Vereador desta Casa nos procurou e nos ofereceu o seu apoio. Esperamos que os demais Vereadores da Casa nos ajudem em aprovar este nome. Foi o Ver. Paulo Brum que outro dia nos visitou e se propôs a dar um encaminhamento nisso.

Um outro assunto que nos incomoda muito é a questão da posse da terra. Nós fundamos a Associação dos Moradores em 1980 baseado na luta pela posse da terra. Já naquela época, moravam no Beco do Adelar, perto de 300 famílias. Inclusive o Ver. Artur Zanella foi diretor do DEMHAB e tivemos vários contatos com ele relativos a urbanização da vila e regularização fundiária. Na verdade, o que nos incomodou foi o usucapião que foi feito em 1978 por apenas três moradores dizendo que habitavam lá pacificamente e naquela época já moravam mais de 100 famílias. Nós só ficamos sabendo que existia usucapião sobre a área quando um morador encontrou no jornal um edital, assinado pelo juiz Julio Dagostini, inclusive incitando as pessoas a se manifestarem porque se não os três seriam os beneficiários. Nós descobrimos poucos dias antes de recorrer, mas graças a Deus tivemos tempo, para alegria nossa e desgraça deles, entramos com ação rescisória que levou oito anos na Justiça e em 1988 tivemos o ganho de causa com a decisão do Tribunal por unanimidade reconhecendo que ali não existiam só três moradias e, sim, centenas e reconhecendo o domínio da área por todos os moradores que ali habitavam.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a partir desse momento, nós fundamos a associação de moradores, onde lutamos conseguindo água, luz, rede de esgoto, escola, quebra-molas. A rede de esgoto foi adquirida na época do então Prefeito Dr. Collares, quase toda a Vila tem esgoto cloacal, fruto da luta dos moradores organizados através da associação de moradores.

Mas, a questão da terra nos afligia, porque nós queríamos o título, porque o morador da vila tem vontade de ter um terreninho escriturado. O morador de vila deita e levanta pela manhã pensando que um dia ele pode ser despejado. Pessoas que deixaram suas terras no interior, que não conseguiram mais viver da agricultura, que vieram para a Capital na esperança de dias melhores para sua família e que vão morar em sub-habitações e correm esse risco. O risco de despejo.

A nossa preocupação foi legalizar a Vila, legalizar os terrenos. Os moradores também querem pagar os impostos, querem contribuir, não querem passar a vida toda correndo esse risco. Com isso, quem perde é o Município. O que fizemos? Recorremos aos Órgãos públicos. Por quê? As pessoas não têm condições de pagar uma topografia da área, não têm condições de pagar um advogado. Existem os advogados do Estado, mas esses são muito ocupados, têm outras coisas e isso é um processo muito grande, precisa muito tempo para tratar dele. São 780 famílias. Durante todo esse tempo em que se fundou a associação tentou-se regularizar e organizar o Beco do Adelar, não conseguindo. Começou-se, em 1989, nas primeiras reuniões do Orçamento Participativo, já na época do Prefeito Olívio Dutra, começou-se a solicitar através do Orçamento a regularização fundiária e a organização do Beco do Adelar. Para nossa alegria, em 1994, conseguimos introduzir na discussão do Orçamento a regularização fundiária do Beco do Adelar. Essa esperança tornou-se um pesadelo para, aproximadamente, cem famílias do Beco do Adelar. Aquilo que era para melhorar a situação tornou-se uma preocupação. Segundo os técnicos do DEMHAB, precisa-se de Estudos da Viabilidade Urbanística, o EVU, para que a Caixa aprove o financiamento. Até aí tudo bem, mas nós, procurando o DEMHAB, solicitamos um mapa da topografia local, que foi feito por uma empresa chamada Diagonal, e eles não nos forneceram. Solicitamos mapa com as ruas traçadas e que, também, não foi fornecido. O DEMHAB organizou reuniões, dividindo a Vila em sete partes, meramente informativas. Convocou os moradores atingidos para reuniões no DEMHAB apenas para dizer que eles teriam que sair e ir para o Chapéu do Sol. Os moradores não teriam direito ao terreno e receberiam o material para construir suas casas, ou uma casinha. Aprovaram, a toque de caixa, esse projeto numa reunião com 150 pessoas convocadas não pela Associação de Moradores. Pessoas que moram lá há mais de sessenta anos estão correndo o risco de serem removidos, porque traçaram ruas. Eles alegam que, se não for assim, o Juiz não dará o usucapião, ou que têm que obedecer o Plano Diretor.

Gostaria que os Senhores nos ajudassem, defendêssemos contra os absurdos que estão cometendo contra o Beco do Adelar. Como nos manifestamos, foram ,de casa em casa, com questionário, perguntar aos moradores se aceitam ou não a urbanização; não se falou em discussão do Projeto.

Espero que esta Casa do povo nos ajude, porque, caso contrário, haverá muitos problemas no Beco. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Mário Fraga em Liderança.

 

O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Presidente Cézar Ramos, gostaria que V. Exa. prestasse atenção no meu depoimento, pois falarei especialmente para alguns Vereadores que não lhe conhecem. V. Sa., um homem daquela comunidade, é um lutador do Beco Adelar, o que não é de hoje, nem de ontem, já faz muito tempo. Os moradores do Beco, os amigos presentes sabem que realmente conheço a área, outros Vereadores também a conhecem, mas o PDT conhece bem o Beco do Adelar. A história do PDT com esse Beco é muito antiga, é do tempo em que Carlos Araújo era Deputado, daqueles deputados que invadem terras, se for necessário. Carlos Araújo era essa pessoa, entrou no Beco do Adelar junto com outros companheiros, quando começou a luta. Hoje o Ver. Paulo Brum acompanha vocês, excelente Vereador, grande amigo que tenho e que conta com o apoio não só meu, mas já falei com todos os Vereadores do PDT, inclusive com a nossa liderança, terá o apoio dos 9 Vereadores do PDT. São nove votos que V. Exa. pode contar a este Projeto para mudar o nome do Beco do Adelar. Também concordo, certamente não será 100% que gostariam de trocar de nome, mas, se a maioria vencer, vamos ser democráticos, se vai ser Nova Ipanema, um bonito nome, terá o nosso apoio para a troca do nome, mesmo que enfrentemos a resistência de alguns companheiros meus daquele local, porque já tive muitos votos do Beco do Adelar, e pretendo continuar fazendo mais votos ainda. Todos nós temos votos no Beco do Adelar. É uma população carente que precisa, e quem chega lá para ajudar é recebido de braços aberto. Graças a Deus, tenho a minha consciência bem tranqüila, sou Ver. de oposição ao PT, à Administração Popular. É difícil fazer alguma coisa contra a Administração petista mas Cézar Ramos conseguiu unir talvez o PDT com o PTB aqui nesta Casa. Tenho certeza de que farei mais, pois certamente também terá o apoio de outros Vereadores, como, por exemplo, do Ver. Reginaldo Pujol, do PFL, que conhece bastante a área também, tenho certeza de que terá todo esse apoio.

Quanto à regularização fundiária também tem encaminhado alguma coisa para fazer usucapião daquela área e alguma área lá em cima na parte em que mora o Juarez. Isso é terrorismo Cézar Ramos, como fizeram em Belém Novo, na orla que foi invadida há pouco tempo. Não há comparação, a orla de Belém Novo que foi invadida há três ou quatro anos, e o PT fez terrorismo, com uma ação judicial que apresentou lá. Prestem atenção os Vereadores do PT para o que vou falar agora, quando, quem registrou a queixa contra os moradores de Belém Novo, foi o Sr. Paulo Pacheco, grande amigo meu, que o fez na 7ª Delegacia. Depois fizeram uma ação, e o PT mesmo conseguiu sanar a ação nesta ano. O Sr. Paulo Pacheco agora é candidato a Vereador em Belém Novo. Talvez não consiga, porque a ficha dele, Ver. Nereu D'Ávila, está com problema, parece que ele ainda tinha ficha no PDT, nosso antigo companheiro. O que importa para nós do PDT é que o Beco do Adelar passe a se chamar Vila Nova Ipanema, pois quem começou aquela luta, Ver. Paulo Brum, V. Exa. sabe, um dos maiores lutadores do Beco do Adelar, sem dúvida nenhuma foi Carlos Araújo, e o Cézar Ramos sabe bem disso. Houve outras pessoas? Sim, são três mil. Esse foi o número que o Cézar Ramos deu, mas penso que há mais de três mil, sem contar o número de crianças. O que o Cézar Ramos já fez pela Vila? Ele está na posição de Presidente daquela Associação, já voltou cinco vezes, tenho certeza de que vai permanecer, e tenho certeza de que V. Sa. merece estar no cargo de Presidente, e quem sabe em outro cargo, defendendo aquela comunidade que tanto precisa. Senhores da Vila Nova Ipanema, Cézar Ramos, podem contar com o apoio do PDT, Ver. Paulo Brum, V. Exa. terá, neste Projeto, nove Votos do PDT, com a maior tranqüilidade possível. Um abraço e muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra em Liderança.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, saúdo e cumprimento o amigo Cézar Ramos, Presidente da Associação do Beco Adelar, pois sou testemunha da sua luta em prol daquela comunidade; saúdo os moradores, famílias e os demais presentes.

Quero dizer aos moradores do Beco do Adelar que foi com muita honra que participei de uma reunião com a comunidade, oportunidade em que me delegaram alguns pontos para lutar em prol desta comunidade. Digo a todos: estamos juntos nessa luta. No dia 26 de março, protocolei um Pedido de Informação para termos o espelho da situação da regularização fundiária do Beco do Adelar, até o momento estou aguardando a manifestação da Prefeitura, acredito que, em breve, teremos essa informação. Desde já faço um apelo ao meu amigo, Ver. Henrique Fontana, Líder da Bancada do PT, ao embaixador-assessor do Prefeito, para que dêem uma atenção especial a essa comunidade, porque a nosso ver, pelos dados que obtivemos, o que está faltando é o bom senso político. A comunidade já foi ao Orçamento Participativo, já conseguiram a promessa da regularização fundiária. Como foi colocado pela própria comunidade, se não aceitassem a proposta do atual dirigente do DEMHAB, nada seria feito. Pela proposta, Ver. Henrique Fontana, como nós tivemos a oportunidade de observar, estariam sendo prejudicadas aproximadamente 40 famílias do Beco do Adelar. Quarenta famílias que, segundo informação do nosso Presidente Cézar Ramos, já moram lá a mais de 50 anos. Vejam bem, a comunidade quer a legalização. O que eles não querem é que famílias inteiras sejam prejudicadas. Querem participar, querem pagar os seus impostos, querem ter o direito da cidadania, mas o que eles não querem, também, é ver os seus amigos que lá constituíram famílias serem despojados dos seus bens, da sua terra que conquistaram com muita luta. Por isso, neste instante, faço um Requerimento para que a nossa Comissão, a CUTHAB, seja encarregada deste processo, que acompanhe este processo juntamente com a Associação dos Moradores do Beco do Adelar, até para que nós tenhamos uma real e efetiva participação junto a este processo, para que as famílias não sejam prejudicadas. Que o Beco do Adelar tenha a sua regularização, sim, mas que não venhamos, por descaso ou apenas por falta de bom senso político de sentarmos com a comunidade que já se organizou e que quer a real e efetivação deste processo. E dizer, também, por solicitação do Sr. Presidente da Associação Cézar Ramos e conforme vontade dos próprios moradores, estamos encaminhando e protocolando um Projeto na Câmara Municipal, trocando o nome da Vila Beco do Adelar para, então, Vila Nova Ipanema. Esperamos contar com o apoio desta Câmara, dos nobres colegas, para que realmente seja efetivada a vontade desta comunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): O Ver. Henrique Fontana está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, senhores moradores do Beco do Adelar, que acompanham esta Tribuna Popular e o representante Presidente da Associação de Moradores, Sr. Cézar. Falo em nome da nossa bancada, do nosso Governo, do PT, e digo que, em primeiro lugar, quero reafirmar que todo o processo de negociação que vise a atender um grupo ainda maior de interesse dos moradores é bem-vindo de parte de nossa bancada e do nosso Governo. Até onde estou informado, e não tenho informações aprofundadas sobre o tema, a questão da regularização fundiária no Beco do Adelar, como colocou o Presidente Cézar, é um processo que vem há bastante tempo sendo negociado e debatido com os moradores, e existe um problema a ser resolvido, que para garantir a abertura de determinada largura de vias que permitam o acesso de todos os moradores que ficarão definitivamente com sua área regularizada dentro do Beco do Adelar, existe a contradição de que um grupo pequeno de famílias precisaria ser reassentado. Em nome da bancada do PT e em nome do nosso Governo, queremos colocar que se, através de alguma alternativa de negociação for possível viabilizar a permanência de todas as famílias, é óbvio que entendemos isso como positivo. O que nós podemos dizer é que, se por ventura, seja preciso – e aí recorro àqueles que já presidiram o DEMHAB – para fazer a regularização fundiária de uma área, abrir as vias, permitir o acesso à ampla maioria das famílias é preciso reassentar algumas moradias.

Não sei se nesse caso esse número de famílias que se está propondo o reassentamento, de fato é um número irreversível e definitivo, ou se existem alternativas de que dentro da área, reacertando alguma questão na regularização fundiária da área, desde que esses padrões sejam aceitos por aqueles que estão financiando essa regularização que, no caso, tem uma relação com o programa da Caixa Federal e também com questões de padrão de como a cidade precisa se organizar para permitir de fato o acesso a toda a área do Beco do Adelar. Nós temos que estudar exatamente isto, se há esta possibilidade, e no entendimento da nossa Bancada, é correto que nós continuemos negociando e encontrando alternativas. Quero dizer, também, aqui, que a comunidade do Beco do Adelar tem mostrado, através da sua organização e da sua participação intensa no Orçamento Participativo e na luta por melhoria das suas condições de vida, uma capacidade de mobilização e organização exemplares, tanto que ao longo dos últimos anos têm conquistado diversas melhorias para a área, por exemplo: as 2 vias que foram urbanizadas e pavimentadas dentro do Beco do Adelar, conquista da comunidade no Orçamento Participativo.

Nós entendemos que esta participação, que esta negociação, que a busca de uma alternativa que atenda ao interesse da imensa maioria da população é tudo que nós queremos, mas também precisamos ressaltar que, talvez, em algum momento exista, sim, a contradição de que alguns moradores precisam ser reassentados, precisa ser modificado o seu lugar de moradia atual para permitir a abertura de uma via.

Eu repito, estou falando, aqui, sem um conhecimento específico da situação de cada uma das famílias onde está se propondo um eventual reassentamento. Reafirmo a vontade política do nosso governo de negociar uma alternativa que leve em conta os interesses da maioria da comunidade, mas coloco este ponto que, se porventura, tivermos dificuldade com algumas das famílias, é óbvio que nós precisamos encontrar alternativas, porque não podemos impedir a regularização fundiária que vai beneficiar perto de 780 famílias que não podem ter impedida esta regularização fundiária por um eventual problema pontual com uma ou outra família.

Quanto mais negociada for a situação e quanto mais ela conseguir atender a totalidade dos moradores, melhor, mas, nós sabemos que, às vezes, existem umas contradições que não são possíveis de resolver na sua plenitude. Coloco-me a disposição da comunidade, dos Vereadores para acompanhar as negociações. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Está com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol em Liderança.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a presença do dirigente da Associação dos Moradores do Beco do Adelar ocupando a Tribuna Popular coloca essa comunidade na pauta desse primeiro embate que a Casa registra no dia de hoje. Certamente que as colocações iniciais do Presidente Cézar Pereira Ramos haveria de nos levar a uma situação de festa com a iniciativa do Ver. Paulo Brum de dar a esse núcleo de habitação uma nova denominação, Nova Ipanema, que foi o nome escolhido pela maioria dos moradores.

Não obstante, Ver. João Dib, V. Exa. que esteve comigo e com o Governador Jair Soares no Beco do Adelar há longos anos atrás, quando nos comprometíamos como autoridade a garantir a permanência no local dos moradores, levando a água, as primeiras melhorias e, principalmente, a segurança de que o trabalho e o investimento que o Poder Público iria fazer ali seria para ser usufruído pela própria comunidade, por aqueles que historicamente moravam no local. Não obstante tudo isso, eu fico muito a contragosto nesta Tribuna, pois não sei se vou apoiar o projeto de lei de V. Exa. Vou condicionar o meu apoio: vamos dar o nome de Nova Ipanema a esse local de Porto Alegre. Vamos condicionar a que se dê essa nova denominação para que os moradores que tradicionalmente moram naquele bairro e o Presidente sabe de quanta luta foi feita, tenham condições objetivas e um condicionamento concreto para que a nova denominação, alegre, adequada a uma nova esperança seja partilhada por todos os moradores daquele bairro e não por parte deles, por mais expressiva que seja a maioria. Tenho que dar ao Cézar, que não é meu correligionário político, com o qual tive grandes embates políticos, todo o crédito e a confiança, porque conheço a sua luta há mais de dez anos e sei que não estarias aqui nos dizendo que esses moradores não são aqueles que pisaram no barro, que levantaram poeira, que acenderam esperanças, que pugnaram por realizações e que, agora, se sentem obstados a continuar na Nova Ipanema que o Ver. Brum propõe que surja.

Então, Ver. Brum, é óbvio que o nosso voto isolado – de único representante do PFL na Casa – não causará grandes mudanças na posição deste Legislativo, mas quero lhe dizer que me somaria com muito mais empenho, com muito mais solidariedade, com muito mais alegria e convicção se, antes dos trâmites normais do Projeto de Lei de V. Exa. denominativo do Beco do Adelar, tivéssemos assegurado que aqueles moradores pioneiros do Beco do Adelar, que agora estão com uma espada sobre a cabeça, com o risco de lá serem removidos exatamente num momento em que as melhorias começam a chegar, que a regularização urbanística se estabelece, que a organização fundiária se consagra, disso pudessem participar.

Assim, gostaria que V. Exa., que já teve a sensibilidade de ouvir a comunidade antes de propor a alteração do nome, registrasse no seu Projeto que a Nova Ipanema será de todos aqueles que, ao longo do tempo, pisando no barro, sentindo a poeira, enfrentando o vento, a intempérie e a intolerância de alguns, mantiveram a integridade daquela comunidade e que ali devem ficar, porque lhes pertence por justiça. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença do Presidente da Associação dos Moradores do Beco do Adelar, Sr. Carlos Cézar Pereira Ramos. Dizemos que, como colega de Bancada do Ver. Paulo Brum, podem ter a certeza de que toda a Bancada do PTB estará unida em prol dos interesses daquela comunidade.

Agradecemos a sua presença e suspendemos os trabalhos por dois minutos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h52min).

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h54min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Faço um requerimento no sentido de que, na próxima segunda-feira, às 17 horas, haverá um importante ato contra a privatização do Banco Meridional na frente do Banco, na Praça; como há unanimidade desta Casa com relação a este assunto e a necessidade da mobilização de todos, requeiro que a Sessão da segunda-feira seja suspensa às 16h30min para que todos nós, não individualmente, mas a Casa, enquanto todo, se desloque até esse ato, às 17 horas. Peço a orientação de V. Exa. de como proceder, o requerimento oral está feito ou se há necessidade do requerimento escrito.

 

O SR. PRESIDENTE: Responderemos a V. Exa., assim que consultarmos a assessoria legislativa. O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra, em  Liderança.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aqui tenho o jornal “Diário da Assembléia” que retrata uma triste notícia: “O Plenário rejeita vetos às emancipações”. Não esqueci a emenda do Pronto Socorro. Os deputados, por larga margem de votos, colocaram abaixo os vetos do Governador Antônio Britto, referentes à criação de 30 novos Municípios. Conforme eu havia previsto aqui nesta tribuna, falaram mais alto os interesses eleitorais. Muito mais alto. Onde estavam as reservas da Assembléia destinando e orientando os trabalhos do Plenário para que não fossem infringidos princípios até então reconhecidos pelos Deputados que zelavam pelos hospitais ditos pólos? Foram por água abaixo. Tem agora o Governador 48 horas para referendar ou o silenciar sobre a decisão dos Deputados, o que é triste. A Bancada do meu Partido, atrelada ao PMDB, junto com o PL, um ou outro Deputado do PTB, são os autores da façanha da manutenção do Veto. A verba de 7 milhões, justamente no aniversário da Cidade! Com ela o Governador concederia o início da municipalização do SUS, a saúde do Município, do que a ilustre Vera. Clênia Maranhão, na Presidência da Comissão de Saúde, alerta os Srs. Vereadores: é preciso cogitar com muito cuidado dessa municipalização. Onde é que ela está? Engavetada, não se sabe por quê. Porto Alegre não tem sua municipalização. É do PT, e daí? Tem que haver a municipalização. Os Vereadores ainda não perceberam isso. Parece que estão dormindo em torno do tema. É preciso municipalizar a saúde em Porto Alegre. Até quando vamos ficar vendo esses Postos de Saúde, atendendo mal os nossos munícipes, e somos responsáveis. Os municípios que foram criados terão que tentar a realização de eleições em 03.10.96, o que é problemático, pois a lei eleitoral prevê as eleições só para os municípios criados até 31.12.95. Mesmo criado após 12.04.96, permitido pela Constituição Estadual esta decisão é flagrantemente ilegal. O próprio Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Deputado Bernardo de Souza, absteve-se de votar. Muito sábia a decisão de S. Exa. Vejam bem como se desenrolou a tarde de derrubada de veto do Sr. Governador, no Plenário da Assembléia, e que nós perdemos a verba destinada ao Hospital de Pronto Socorro. Um contraste verdadeiro. Lá em cima, no Plenário da Assembléia, nos fizeram engolir sete milhões de reais e, agora, eles se tornam pródigos, permitindo trinta emancipações que são ilegais.

O próprio Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Deputado Bernardo de Souza absteve-se e não votou. Caminham todos para um vazio administrativo, os municípios desligados dos municípios mães, sem completa possibilidade de votar o Prefeito. Mas a façanha foi feita. O carnaval foi feito, lá em cima. Quero, mais uma vez dizer, que estou muito triste até hoje pela verba do Pronto Socorro ter sido rejeitada. Eu não engoli isso! Chamo a atenção dos Senhores Vereadores para a municipalização da saúde de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde ao Ver. Guilherme Barbosa a respeito do Requerimento e orienta V. Exa. para que use o artigo 143, III, do Regimento desta Casa, na próxima segunda-feira. O artigo 143 diz: “A Sessão poderá ser suspensa por deliberação do Plenário”. V. Exa. entra com o requerimento na segunda-feira, e nós o colocamos em votação. Esta é uma das maneiras; a outra, seria a retirada do "quorum" num acordo político dos Vereadores.

Passamos à

 

PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 0397/96 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/96, de autoria do Ver. João Dib, que institui o “Concurso Anual ‘Sioma Breitman’ de Fotografia”. Com Emenda nº 01.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2422/94 – SUBSTITUTIVO Nº 02 ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 034/94, ambos de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que cria o Conselho Municipal de Cultura, com base na Lei Orgânica do Município e das Leis Complementares nºs 267 e 293, de 16.01.92 e 28.04.93, respectivamente, oficializa a Conferência Municipal de Cultura, e dá outras providências.

 

PROC. 2334/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/95, de autoria da Vera. Helena Bonumá, que dispõe sobre coleta seletiva de lixo reciclável, realizada por papeleiros.

 

PROC. 0652/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/96, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que inclui § 2º e § 3º e transforma o Parágrafo único em § 1º, no art. 1º da Lei nº 3187, de 24 de outubro de 1968, que estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante, e dá outras providências.

 

PROC. 0811/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº -015/96, que autoriza a alienação de imóvel à Rua Dr. Alberto Viana Rosa, lote nº 11, da Quadra 06, Matrícula 67.389 do Registro de Imóveis da 3ª Zona, e dá outras providências.

 

PROC. 0830/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/96, de autoria do Ver. João Dib, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Médico José de Jesus Peixoto Camargo.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0650/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/96, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que denomina Rua Portal dos Pinheiros um logradouro irregular localizado na Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 0778/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/96, de autoria do Ver. Milton Zuanazzi, que autoriza a destinação de áreas específicas em locais públicos para a fixação de fotos de crianças desaparecidas.

 

PROC. 0810/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/96, que cria e extingue cargos de Provimento Efetivo no Plano Classificado de Cargos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Motorista, Operador de Máquinas Especiais e Operário).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para discutir a Pauta. Ausente. Ver. Nereu D'Ávila. Desiste. Ver. João Verle. Ausente. Ver. Luiz Braz. Ausente. Ver. Luiz Negrinho. Ausente. Ver. Jocelin Azambuja. Ausente. Ver. Milton Zuanazzi. Ausente. Encerrada a discussão da Pauta.

 

O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Sr. Presidente, consultando o Regimento, entendi que teria direito de solicitar a V. Exa. tempo especial, conforme art. 94, para uma declaração que considero importante e somente eu poderei fazê-la e como não disponho de outro tempo dentro do expediente, eu solicito a V. Exa. se poderia deferir o tempo especial para este Vereador. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere o Requerimento de V. Exa., Ver. Clovis Ilgenfritz, e lhe concede a palavra, na forma do art. 94, § 1º, “f”, do Regimento desta Casa.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A rigor este Vereador solicitou tempo especial porque se considera bastante comprometido e envolvido com um projeto que hoje é motivo de uma Comissão Especial da Casa e que tem sido bastante polêmico, tem causado polêmica na imprensa. Nós últimos dias este Vereador, que é autor do Projeto de Lei nº 270/91 que trata da institucionalização do Orçamento Participativo, tem sido mal-interpretado em vários setores do movimento comunitário que realiza suas reuniões plenárias, regionais, na primeira rodada do Orçamento. Está havendo, por parte de alguns setores do meu partido e do meu governo, interpretações equivocadas quanto a minha intenção e ao conteúdo do meu projeto. Ressalvo que a bancada tem tido o cuidado especial de não confundir as coisas, desde os líderes, os vice-líderes e os demais companheiros de bancada, inclusive os assessores, o coordenador Adalberto Heck. A verdade é que eu estou envolvido de uma forma que eu não suporto mais. Eu Considero de fundamental importância esse projeto, não o projeto, mas o processo do Orçamento Participativo. Eu tive uma participação da qual me orgulho, porque fui um dos primeiros lançadores desse projeto. Fiz vários documentos, esclarecendo a minha posição, que é difícil, porque ela lida com a gênese da democracia, e lidar com a gênese da democracia traz entendimentos subjetivos, e o meu entendimento difere do de outras pessoas. Acaba que eu sou colocado como um vilão que está querendo tirar a autonomia do movimento popular, que está querendo engessá-lo. Tenho tomado um cuidado especial em não dizer isso, nem com relação aos outros projetos que estão na Câmara, como o Substitutivo do Ver. Nereu, porque não se consubstanciou, ainda, nenhum processo que tire a autonomia, que engesse o movimento. Se o engessamento vier a acontecer – e há indícios, porque alguns artigos dos projetos colocados aqui nos deixam preocupados -, eu serei o primeiro a ser contra. As tentativas de discutir no Partido, no Governo, na Bancada, só agora começaram a ter frutos, porque, até o ano passado, estava difícil para mim conseguir uma audiência com o Governo para tratar desse assunto. Eu já teria tido a clarividência de retirar o Projeto, definitivamente, no ano passado.

Houve, hoje, uma reunião de Comissão Especial na Casa. Fui o primeiro depoente; o Ver. Nereu foi o segundo; estou junto com o Ver. Verle, representando a Bancada na Comissão. Tudo isso está sendo feito com a maior transparência do mundo e com a melhor das intenções. Só que não dá mais! Hoje, para culminar, fui vítima de uma inadvertência minha: acabou na imprensa um projeto de Boletim da Bancada. O Projeto veio às minhas mãos ontem, e eu, achando que já era o Boletim, saí faceiro da vida com mais um Boletim, fui a uma reunião que, por acaso, já estava pautada. Almocei e fui até a Rádio Guaíba para um debate no programa do Válter Galvani, com o Armando Burd e mais duas personalidades que sempre são convidadas – no caso, eram o Executivo-Governador Collares e o Sr. Hugo Giudice Paz. Levei, para demonstrar ao Válter Galvani e aos ouvintes, alguns problemas que havíamos discutido no programa anterior sobre a questão orçamentária. Levei vários documentos do Orçamento, mas como eu estava com aquele Boletim, e isso estava junto com os papéis que eu tinha não achei que aquilo era um estudo, pois parecia um Boletim pronto da Bancada, de informação do nosso trabalho. Deixei nas mãos dos jornalistas, que estavam comigo, todos leram e olharam os meus argumentos sobre o Orçamento, sobre a questão da receita própria, receita de transferência. O Burd pediu que eu lhe deixasse o Boletim, e foi isso que aconteceu. Se alguém quiser duvidar faça o que quiser. E o Boletim fala algumas coisas que a Bancada, ao conferir, disse que não poderia ser colocado, que estava mal-interpretado, que houve um engano, e que estavam corrigindo, mas o jornalista, inadvertidamente, e na melhor das intenções – não estou colocando a culpa na imprensa – o Sr. Armando Burd agiu com a maior lisura, porque pegou um documento, que eu dei para ele. Ele colocou: A gênese do abastardamento”, e interprete-se o que ele escreveu como sendo um defeito meu. Fui eu o culpado desse abastardamento. Não é o que o Boletim queria dizer e não é, mas dá para entender, por vários ângulos. Hoje pedi ao meu Líder, mas não dei muito tempo para ele pensar, porque ele ia reunir a Bancada e me pediu para não fazer isso, e acho que ele tinha o direito de o fazer, mas eu também tenho o direito de dizer que não quero mais que o meu Projeto tramite. Estou entrando com um Requerimento a V. Exa., pedindo para retirar não só o Substitutivo nº 2, que anunciei ontem, ao depor, na primeira reunião de depoimentos, como também vou retirar a lei original.

Não quero mais envolvimento com esse projeto. Eu quero que o povo de Porto Alegre, os meus companheiros do PT e do movimento comunitário saibam que o Ver. Clovis é contra qualquer tipo de tirada de autonomia ou engessamento do movimento popular. Tenho a coragem de dizer que o meu projeto não engessa nada, mas se pudesse servir para esse tipo de coisa, ele não mais servirá. E eu vou dormir descansado. Eu tenho esse direito. Isso coincide com o nosso problema, que estamos discutindo, e que não quero que se transforme numa briga do PT.

Eu sei que o Armando Burd não fez isso, inclusive ele me disse: Clovis, tu me deste o boletim, gostei, achei a notícia interessante e publiquei. Claro, qual seria o jornalista que não faria o mesmo? Queria deixar claro a todos os companheiros Vereadores esse fato. Desculpem-me se fico agastado, mas a situação tem um envolvimento emocional e não há como fugir dele. Eu deixo claro que vou continuar trabalhando junto com a Bancada contra qualquer tipo de projeto que tire autonomia, contra o engessamento do movimento. Nunca vou mudar de opinião.

Fiz uma proposta de Emenda à Lei Orgânica, que ainda não está inscrita, pois estou esperando o sinal verde da Bancada. Anunciei que a minha emenda pode servir de discussão para quem quiser discutir, e o próprio Conselho do Orçamento recebeu esse projeto de emenda, que está sendo estudado pelo Conselho e agora está também na Comissão. Tudo isso são formas de chegarmos a um acordo, que siga as normas estritas da democracia.

Agradeço o tempo especial e digo que vou conseguir dormir melhor, porque esse tipo de coisa estava me deixando numa situação insustentável. E não é culpa direta desse ou daquele, da Bancada do Governo, do partido que seja, mas existe um envolvimento que nem o Partido, nem eu, estamos conseguindo passar para o povo da forma mais correta. Então, estou limpando a área para começar a jogar tudo de novo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde ao Requerimento de V. Exa., citando, como V. Exa. disse, as normas estritas da democracia. No capítulo II, da tramitação, no art. 106, o autor poderá requerer a retirada da proposição: 1º - ao Presidente, antes de haver recebido parecer ou com parecer contrário; 2º - ao Plenário, nos demais casos.

Esta Presidência solicitou à Diretoria Legislativa que informe o andamento do Processo de V. Exa., que tem um parecer, e quer saber se esse parecer é favorável ou contrário. Se for contrário, nós teremos que submetê-lo à apreciação do Plenário; caso contrário, a Mesa defere de plano o Requerimento de V. Exa.

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Ontem à tarde, na reunião da Comissão de Justiça, estávamos iniciando as conversações no sentido de discussão do parecer exarado pelo Ver. João Motta, relativamente a esse processo. Eu confesso a V. Exa. que até em participando da Comissão Especial que trata do Orçamento Participativo, presidida pelo Ver. Nereu D'Ávila, eu antes da votação pedi vista no sentido de que iria conversar com o Presidente da Comissão Especial para ver se esse processo tramitaria na Comissão de Justiça ou na Comissão Especial. Daí porque o processo está em meu poder desde ontem para vista e não há parecer votado na Comissão de Constituição e Justiça. Não há parecer sobre os Substitutivos 2 e 3.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, paralelamente a essas questões que a Mesa vai acompanhar, e até por uma questão de respeito à Casa, a todo um processo que está deflagrado, e até em respeito ao próprio Ver. Clovis Ilgenfritz , por quem eu tenho o maior respeito e uma amizade pessoal muito grande, eu quero levantar a seguinte Questão de Ordem à Mesa: levando em conta, salvo juízo em contrário, que não é interditado que outros Vereadores assinem projetos conjuntamente com o Vereador inicial proponente, levando em conta que o Ver. Clovis Ilgenfritz tem sido instado a retirar a sua assinatura do Projeto, que seria a única por enquanto, eu estou me propondo a assinar em conjunto com o Ver. Clovis e, portanto, se sair a assinatura dele, fico eu como autor dos dois projetos, tanto o original como o substitutivo, mantendo a tramitação de toda a matéria em relação ao que hoje ocorre nesta discussão. Eu levanto a Questão de Ordem porque acho que é uma situação inusitada tanto a retirada quanto a proposta que estou levantando. Mas peço que a Auditoria da Casa examine a questão e que a Mesa coloque em avaliação antes de tomar uma decisão final.

 

O SR. PRESIDENTE: Respondendo ao Ver. Antonio Hohlfeldt, estamos encaminhando a Questão de Ordem de V. Exa. à Procuradoria. Queremos informar ao Ver. Clovis Ilgenfritz que a sua solicitação está aqui. Diz: “O Vereador que subscreve solicita a V. Exa. seja atendida a providência abaixo assinada relativamente ao Processo nº 3193/91, PLL nº 270/91 e Substitutivo nº 02, ambos pendentes ao Orçamento Participativo”.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão de Ordem): Relacionado com a Questão de Ordem do Ver. Antonio Hohlfeldt, até que ela seja melhor esclarecida, tendo em vista que os meus dois Substitutivos eram relacionados a um projeto que existia. Se tirar o Projeto, caem todos os Substitutivos, os dele e os meus, então, eu quero declarar que vou transformar o meu Substitutivo em Projeto de Lei, a não ser que a questão do Ver. Antonio seja sustentada. Queria acrescentar que estou um pouco surpreso porque, no momento da constituição da Comissão Especial, houve um entendimento tácito inicial a fim de que trouxéssemos novos dados a respeito da matéria e tudo o que existia estava congelado, não tramitava nada e não se fazia nada. Agora, eu vejo que está tramitando, estão retirando, então, estou perplexo, não era isso o combinado.

 

O SR. JOÃO VERLE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a questão da retirada do Projeto original efetivamente faz com que deixem de existir os Substitutivos. No entanto, entendo que a Comissão não é prejudicada na medida em que ela não foi criada para analisar esses projetos. Ela é mais ampla. A Comissão continua como está. Eu penso que a preocupação do Ver. Antonio, se é que eu entendi bem, de que não prejudicasse o funcionamento da Comissão, ela deixa de existir, porque, na realidade, ele não precisa assinar junto com o Ver. Clovis nenhuma coisa, a Comissão continua. Então, ela não depende desse Projeto e se o Ver. Nereu pensa fazer, como certamente fará, o seu Substitutivo como projeto, depois ele virá à Comissão, porque ainda dá tempo; logo, não há necessidade de grandes preocupações em relação a isso.

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência quer informar que, quando leu o Requerimento do Ver. Clovis Ilgenfritz para dizer que é desnecessária a colocação do Substitutivo nº 2, porque, caindo o Projeto fora, caem todos os Substitutivos.

 

O SR. HENRIQUE FONTANA (Questão de Ordem): No sentido de auxiliar a Presidência, eu entendo que se alguma dúvida paira é no sentido de que se o Plenário precisa ou não votar o Requerimento do Ver. Clovis que solicita a retirada do seu Projeto de tramitação. Se o Plenário tem que votar, então, é óbvio, vamos passar por essa fase e o Plenário vai avaliar.

Quanto à entrada de novos projetos, no meu entendimento, e coloco no sentido de auxiliar a Mesa, é que ela é totalmente livre, todo o Vereador pode protocolar um projeto sobre esse tema. Também entendo, e digo isso em nome da nossa Bancada, que os trabalhos da Comissão não têm nenhuma relação com um ou outro projeto. A Comissão está discutindo o tema Orçamento Participativo sem nenhum problema e o objetivo da retirada do Projeto, feita pelo companheiro Clovis Ilgenfritz, não é de nenhuma forma impedir o debate e o funcionamento da Comissão.

 

O SR. PRESIDENTE: A Presidência quer colocar ao Plenário, mais uma vez, que o capítulo II, do nosso Regimento, que trata da Tramitação, no art. 106, diz: “O autor poderá requerer a retirada da proposição: I – ao Presidente, antes de haver recebido parecer ou com parecer contrário; II – ao Plenário, nos demais casos”. É o caso desse Processo que tem um Parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça. (Lê). Portanto, há um parecer favorável, e esse Requerimento só poderá ser decidido pelo Plenário da Casa.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em que pesem as ponderações dos companheiros da Bancada do PT, eu mantenho a minha Questão de Ordem e aguardarei o encaminhamento pela Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos aguardar a Procuradoria da Casa, para que se manifeste com relação à Questão de Ordem do Ver. Antonio Hohlfeldt.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

1º TURNO

 

PROC. 1189/95 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/95, de autoria da Vera. Helena Bonumá, que inclui parágrafo único ao artigo 75 da Lei Orgânica de Porto Alegre (exame do CMDCA em matérias relativas ao Estatuto da Criança e do Adolescente) – Com Emendas nºs 01 e 02.

 

Parecer da Comissão Especial

- Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02.

 

Observações:

- votação nominal nos termos do Art. 174 e 130 e §§, do Regimento da CMPA;

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA, em ambos os turnos – Art. 130, § 6º, do Regimento da CMPA;

- adiada a votação por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria da Vera. Helena Bonumá, solicitando seja adiada a votação do PELO nº 01/95 por uma Sessão.

Em votação o Requerimento. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Vereador-Presidente, solicito a V. Exa., já que há Vereadores no Plenário que não prestaram atenção. O Projeto de Emenda à Lei Orgânica e como devemos votar a matéria com todos conscientes dentro do Plenário, que leia novamente o PELO nº 01/95, para que possamos saber exatamente a matéria que está sendo votada.

 

O SR. PRESIDENTE: Nós vamos suspender a Sessão por dois minutos, para que os Srs. Vereadores possam dialogar tranqüilamente para, depois, reiniciarmos a Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h40min).

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h41min): Estão reabertos os trabalhos. (O Sr. Presidente apregoa novamente o PELO nº 01/95). Ver. Luiz Braz, nós estamos apregoando novamente, conforme V. Exa. solicitou.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, este Vereador estava atento e prestando atenção naquilo que V. Exa. dizia. Eu disse que existiam Vereadores que não prestavam atenção naquele momento e, por isso, pedi a generosidade de V. Exa. para que pudesse repetir. Nós não dissemos que nós não estávamos ouvindo, mas gostaríamos que o Plenário pudesse votar com consciência o Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa acata a Questão de Ordem de V. Exa.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2346/95 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 027/95, de autoria do Ver. Darci Campani, que altera a Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990, obrigando os estabelecimentos comerciais a colocarem à disposição de seus clientes recipientes para a coleta seletiva.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Henrique Fontana: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 27/95. (Pausa). Em votação. (Pausa). A votação será nominal. (Após a chamada). APROVADO o PLCL nº 27/95 por 24 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0685/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 019/95, de autoria do Ver. Luiz Negrinho, que altera o Artigo 1º da Lei nº 5449, de 28 de setembro de 1984, e dá outras providências (Serviços Sanitários Volantes).

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Verle: pela rejeição do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Nereu D'Ávila: pela rejeição do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Giovani Gregol: pela rejeição do Projeto;

- da COSMAM. Relatora Vera. Clênia Maranhão: pela rejeição do Projeto.

 

Observação:

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando seja adiada a discussão do PLL nº 19/95 por uma Sessão.

Em votação o Requerimento. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1801/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/95, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que dispõe sobre a utilização de elevadores no Município de Porto Alegre. Com Emendas nºs 01 e 02.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Negrinho: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Artur Zanella: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Edi Morelli: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- discutiram a matéria os Vereadores R. Pujol, P. Puggina, L. Braz, M. do Rosário, L. Negrinho, ª Hohlfeldt e N. D’Ávila;

- adiada a discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (Mário Fraga): Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, solicitando sejam dispensadas do envio às Comissões para Parecer as Emendas nºs 01 e 02 ao PLL nº 81/95.

Em votação o Requerimento. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

Em discussão o PLL nº 81/95. (Pausa). O Ver. Dilamar Machado está com a palavra, para discutir.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é visível que é boa a intenção da Vera. Maria do Rosário. Mas o art. 1º do Projeto de Lei de autoria da Vereadora diz o seguinte: “Fica vedada qualquer forma de discriminação em virtude de raça, sexo, cor, origem, condição social, idade, porte ou presença de deficiência e doença não-contagiosa por contato social ao acesso aos elevadores de todos os edifícios públicos municipais”. Até aí, Vereadora, sem sombra de dúvidas, está correto. Mas quando afirma  “...ou particulares”, estamo-nos defrontando com um problema que considero insanável. O problema é que, nos edifícios particulares, existe, de acordo com o Código Civil, uma Lei, que é uma lei interpares – chamada Convenção de Condomínios, na qual não temos o direito nem a capacidade legal de nos intrometer.

Vou citar um exemplo utilizando a minha situação. Moro num prédio residencial, há vinte anos, que possui vinte proprietários, um elevador na frente – chamado “elevador social” – e um elevador de serviço por onde desce o lixo, eventuais indivíduos da raça canina – como diz o Ver. Gregol – compras de supermercado, bebidas, etc. Então, Vereadora, tenho muita dificuldade em aprovar o Projeto no todo como ele se encontra, salvo a possibilidade de retirarmos a expressão “particulares”. Não podemos, na condição de Vereadores, nos sobrepor à Convenção de Condomínio. Existem prédios de apartamentos que registram na Convenção: “É proibido animais domésticos”. Então, não se pode possuir cachorro, papagaio, caturrita, arara, tigre, lontra ... Não pode haver animais no prédio. Há outros edifícios que impõem o silêncio. A Convenção de Condomínio é uma Lei tão forte, que é Lei entre as partes, a justiça não discute a convenção do condomínio, ela é elaborada entre os condôminos – que significa donos em conjunto – do mesmo prédio, eles fazem uma convenção e nesses condomínios horizontais é a mesma situação. No nosso prédio temos zelador, temos vigilantes diurnos e noturnos, e pagamos. Se eles forem entrar com uma ação, vão entrar contra o condomínio, não é contra mim nem contra um morador eventual. Essa dificuldade eu vejo, Vera. Maria do Rosário, e gostaria de solicitar a V. Exa. um estudo com sua assessoria, simplesmente para retirar a expressão “edifícios particulares”. Nos prédios públicos é mais fácil, comerciais, industriais, etc. Agora, nos particulares iremos criar uma dificuldade para os edifícios e não teremos resultados objetivos, a lei de V. Exa. não irá alcançar o resultado objetivo. É evidente que o problema da discriminação por raça, sexo, cor ou idade está muito acima desse projeto de lei; é uma norma constitucional, não se pode discriminar, de forma alguma, o ser humano por ser preto, velho, mulher ou branco. A discriminação já tem a penalização prevista no ordenamento jurídico do país. Diante da dificuldade que coloco a V. Exa., até pela modesta condição de bacharel em direito, que não se pode fazer uma lei que intrometa no direito individual ou coletivo de um condomínio. Não se pode obrigar o condomínio a aceitar o que a Câmara decide em termos de organização interna do próprio condomínio. Consulto a V. Exa., se possível, através de uma emenda supressiva a retirada dessa expressão “particulares”. O projeto de V. Exa. fala, inclusive, em “residenciais multifamiliares”. Para que o projeto fique, no meu ponto de vista, factível, precisaríamos retirar a expressão “edifícios municipais particulares” e “residenciais multifamiliares”. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, para discutir o PLL nº 81/95.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A Vera. Maria do Rosário tem boas intenções com seu Projeto, mas o Ver. Nereu D'Ávila expôs razões de ordem legal que nos impedem totalmente de adentrar numa área que não nos compete. A lei de condomínios é federal, que está acima de todos nós. Mesmo se um condomínio não tiver na sua constituição o estabelecimento de uma convenção que é registrada em cartório, com a assinatura de mais de dois terços dos moradores, não podemos, de forma alguma, nem temos competência de interferir no uso do prédio, na utilização dos corredores, dos elevadores, das áreas condominiais. Poderíamos dizer que é obrigatório ter equipamentos de segurança? Lógico: extintores de incêndio, mangueiras, instrumentos adequados. Querermos adentrar na vida de um prédio que tem a sua convenção estabelecida em lei federal seria, até por um lado, falta de conhecimento de nossa parte enquanto Poder Legislativo. Dizermos que é proibido discriminar, ora, isso é um verdadeiro absurdo: é dizermos, admitirmos que existe discriminação. Fica vedado qualquer tipo de discriminação em virtude de raça, sexo ...? Isso é óbvio, está na Constituição Federal. Se houver discriminação, deve ser imediatamente denunciada às autoridades competentes. Agora, nós fazermos uma Lei? Ver. Dilamar Machado, V. Exa. colocou a sugestão de ser retirada a expressão “edifícios particulares”. Vou mais além, comerciais também, porque os comerciais, mais do que nunca, têm de ter elevador de serviço, pois por onde vão descer a carga do prédio? Por onde vão fazer que seus funcionários vestidos de acordo com lei do prédio, com seu uniforme desçam e subam mercadorias?

Então, é evidente que qualquer prédio tem de ter um elevador de serviço. Se for prédio particular, a funcionária que trabalha numa residência, num condomínio tem que descer o lixo, ela vai descer pelo elevador de serviço, seja negra, branca, índia, de qualquer cor. Se tiver que descer com cachorro, vai descer pelo elevador de serviço, evidente que tem de ter um elevador destinado para essa utilização. Mudança, tem de ser pelo elevador de serviço.

Acho que a Vereadora é bem-intencionada, mas não foi feliz no Projeto, não podemos fazer uma lei neste sentido. Claro, se alguém estiver sendo discriminado, vamos denunciar. A pessoa vai e registra uma queixa na Delegacia de Polícia, vai à Comissão de Direitos Humanos na Câmara de Vereadores ou na Assembléia Legislativa, seja onde for. Agora, não podemos fazer uma lei que não vai ser cumprida. Porque não temos o poder de interferir numa convenção, que só pode ser modificada se 2/3 dos moradores do condomínio assinarem a alteração. Não importa. Esta lei municipal não vai ter nenhuma força perante o condomínio. Ninguém pode impedir um condomínio de ter um elevador de serviço.

Li o seu projeto, Vereadora, e vi que as emendas não resolvem o problema, continua inócuo, porque existe uma lei maior que é a lei federal.

Por isso, apesar da sua boa intenção não posso acompanhar o Projeto. A não ser que seja específico para prédios públicos, mas mesmo nesses tem de haver elevador de serviço para carga, descarga, trabalhos necessários. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: A próxima inscrita é a Vera. Helena Bonumá, que cede seu tempo à Vera. Maria do Rosário, para discutir o PLL nº 81/95.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Agradeço a Vera. Helena Bonumá que me cedeu seu tempo, eu já havia discutido. Fiz questão de vir à tribuna para tentar trabalhar as posições que foram colocadas aqui pelo Ver. Dilamar Machado e pelo Ver. Jocelin Azambuja, de uma forma respeitosa, mas esclarecendo.

A primeira questão é que o objetivo final do nosso projeto está claro em seu artigo 1º, e os Vereadores que leram a matéria sabem disso, é de fato atuarmos no plano municipal de forma a apoiarmos nos dispositivos constitucionais que se propõem a constituir em todos os espaços onde a discriminação não seja a realidade. Nós propomos, no artigo primeiro, que fica vedada qualquer forma de discriminação de raça, sexo, cor, origem, condição social, idade, porte ou presença de deficiência física e doença não-contagiosa por contato social no acesso dos elevadores de todos os edifícios. Bem, Srs. Vereadores, este é o centro do Projeto.

A segunda questão que eu quero dizer é que nós, de fato, estamos legislando para os prédios públicos no Município de Porto Alegre, assim como estamos legislando para os prédios particulares da Cidade. Não vemos nisso nenhuma contradição. Aqui se falou na convenção de condomínio. Vejam os senhores que não estamos intervindo em nenhum condomínio, apenas estamos dizendo que o condomínio deverá cumprir – porque não existe convenção de condomínio que possa ser superior à Constituição do Brasil – a Constituição que prevê que todos os cidadãos, independente da sua cor, credo, condição social, sexo e independendo da sua condição individual, todos são iguais perante à lei – artigo 5º da Constituição.

Então, vejam os senhores que não estamos colocando nada contra a convenção de condomínio, porque nenhuma convenção diz que aquele condomínio pode praticar atos de discriminação. O que nós estamos fazendo é estabelecer que nos prédios públicos ou particulares, onde existam elevadores distintos, de serviço e social, qualquer pessoa, qualquer cidadão, independente da sua condição diferenciada ou não, pode ter acesso a qualquer dos elevadores. Ele não será mais barrado na porta do elevador social. Ele poderá utilizar o elevador de serviço se vontade tiver ou se o condomínio determinar, na medida em que esteja conduzindo cargas, fazendo mudança, levando lixo, levando equipamento, alguma coisa que seja incompatível com a presença de outras pessoas ou mesmo a sua própria presença enquanto cidadão, morador daquele prédio ou não. Eu peço aos Srs. que leiam o artigo 2º - e o Ver. Jocelin Azambuja não participa da nossa discussão, mas eu gostaria de dizer a ele -, que deixa claro que fica estabelecido que o elevador social é o meio normal de transporte de pessoas que utilizam as dependências do edifício, independente do estatuto pelo qual o fazem, desde que não estejam deslocando cargas para as quais podem ser utilizados os elevadores especiais, no caso os elevadores de serviço.

O nosso Projeto prevê isso. O que nós prevemos é que o ser humano, independente de sua condição social, deverá ser privilegiado. Ele não vai passar pelo que passou o geógrafo Milton dos Santos, que hoje recebe o título de Cidadão Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e que veio da Bahia para receber este título. Apesar de toda sua condição intelectual, foi barrado por ser considerado menor num determinado condomínio, pelo fato de ser negro. E nós sabemos que só vamos mudar a cultura deste país – porque tudo isso está no plano ideológico-cultural da nossa sociedade – através de impulso. E esses impulsos também se dão através da legislação. A nossa legislação tem um proposta, de que ninguém, pela sua condição de diferente, seja barrado, passe por uma situação de constrangimento; que todo cidadão esteja protegido.

Não estamos intervindo em nenhum condomínio, porque nenhum condomínio está acima da Constituição nas suas determinações. O que estamos propondo a Porto Alegre é que ela, a partir de seus prédios públicos e particulares, tenha uma visão mais clara e uma legislação de apoio contra toda a discriminação. Eu concordo e acho que as duas emendas propostas e construídas a partir deste Plenário contribuem para o Projeto. Obrigada.

 

(Não revisto pela oradora).

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 81/95. (Pausa). Com a palavra, para encaminhar, o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Fiz questão de fazer o encaminhamento desse Processo, favorável, diga-se de passagem, porque a lembrança da Vera. Maria do Rosário ao Prof. Milton Santos, é uma lembrança importante, porque Milton Santos é o maior geógrafo político deste País. Como professor numa Faculdade de Arquitetura, trabalhei várias vezes com os livros do Prof. Milton Santos e havia tomado conhecimento deste episódio, envolvendo o Prof. Milton e ache um disparate, porque realmente o Prof. Milton Santos tem uma série de títulos na Europa e é reconhecido como uma das maiores autoridades internacionais e me parece uma questão de coerência desta Casa, nós que incluímos na nossa Lei Orgânica o art. 150, em relação as discriminações e depois modificamos o art. 150 para poder objetivá-lo mais nas suas aplicações e depois na sua regulamentação.

Nós, nesta Casa, vamos voltar ao fato que todos nós conhecemos que lá em 1884, fizemos aqui nesta Casa uma lei que libertava os escravos entes da própria libertação proposta em 1988, pelo Decreto Imperial da Princesa Isabel e me parece que mesmo tendo certas dúvidas, como as que levanta o Ver. Jocelin Azambuja ou até na prática o Ver. Dilamar Machado, acho que vale a pena nós aprovarmos esse Projeto de provocar, politicamente, a discussão que me parece ser salutar para a sociedade brasileira, a sociedade porto-alegrense nos dias de hoje. Tenho até dúvidas, como expressou o Ver. Dilamar se isso vai funcionar de fato, mas a prática tem me mostrado e a prática nos obriga a pegarmos elevadores nesta Cidade, diariamente, que o preconceito é muito forte e realmente o preconceito se faz presente com a pessoa preta, com a pessoa vestida mais simplesmente, quando alguém está de chinelos de dedos ou está com a camisa um pouco puída ou coisas desse tipo, me parece uma questão de absoluta convicção minha de que nós temos que coibir esse tipo de coisa. Eu prefiro arriscar, ter eventualmente contestada uma legislação desse ponto de vista jurídico mais tarde do que omitir-me de uma questão que para mim é uma questão de cidadania, extremamente importante.

Quero deixar claro, aqui, a minha posição e, casualmente, uma situação nós discutíamos na segunda-feira passada, Vera. Maria do Rosário, na reunião do PSDB municipal, aqui de Porto Alegre e, casualmente os companheiros de Porto Alegre discutiam essa proposta e perguntaram-me como eu estava pensando em votar e eu disse que não tinha dúvidas quanto à votação. E foi unânime entre os companheiros do PSDB a posição favorável ao Projeto de V. Exa. Portanto, se era minha a posição particular é, hoje, muito mais tranqüila a posição dos companheiros da Metropolitana do PSDB. Acho, sim, que vale a pena nós arriscarmos, eventualmente, uma contestação jurídica, algum condomínio, de alguns proprietários de algum prédio ou, até o veto do Executivo Municipal, se assim entender, abrirmos a discussão política – esse sim é um passo importante – porque, na verdade, elevador social e elevador de serviço foi apenas um neologismo para nós oficializarmos a discriminação, que não é só a discriminação de cor, mas é também a discriminação social. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação o PLL nº 81/95. A votação será nominal. (Após a chamada). APROVADO por 19 votos SIM, 02 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 81/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADA com a abstenção do Ver. João Dib.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 81/95. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADA com a abstenção do Ver. João Dib.

 

O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero fazer um Requerimento para inversão na ordem entre o Proc. nº 0823/94, no sentido de que seja colocado antes dele o Proc. nº 0631/96, acerca do Requerimento nº 046/96, de minha autoria.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos votar primeiramente o Parecer de fls. 12 e após, retornar-se-á à ordem normal, votando-se o Projeto de Lei que institui o Código de Ética Parlamentar.

Em votação o Requerimento de alteração, de inversão na Ordem do Dia. (Pausa). O Ver. Artur Zanella está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu creio que, mais simpatia, o Ver. Raul Carrion não tem, porque procura reerguer um partido que desapareceu aqui nesta Casa. Isso é um processo que interessa basicamente ao Ver. Raul Carrion e ao PC do B. Existem processos aqui que falam de Código de Ética, de alterações da Lei Orgânica e, creio eu, espero expressar neste momento a posição da bancada do PDT, que entre o interesse de um partido, PC do B, o interesse de um Vereador em particular, Raul Carrion, o mais importante seria o interesse de outros projetos que circulam nesta Casa há um certo tempo e não conseguem ser votados. Por exemplo, há bons projetos para alteração até na Lei Orgânica. Um da Vera. Helena Bonumá e do Ver. Verle. No caso do Ver. Verle, não tem um projeto, mas tem como conseqüência a alteração da Lei Orgânica. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho importante a posição do Ver. Raul Carrion, mas deverá ser colocada dentro da importância dos outros projetos que são importantes para esta Casa e que estão aqui há tempos e que não vão para a frente. Então, nós gostaríamos que fosse mantida a ordem colocada pela Presidência, que é uma ordem que define claramente o Regimento desta Casa.

Acho que o Ver. Carrion está ansioso para resolver o seu problema, o problema do seu Partido, mas antes disso existem os problemas desta Casa, da população e da Lei Orgânica. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar o Requerimento do Ver. Raul Carrion, com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Evidentemente que a proposta do Ver. Raul Carrion, no sentido de que se inverta a Ordem do Dia, no que diz respeito à votação, em primeiro lugar, do Parecer da Comissão de Constituição e Justiça, acerca de consulta por ele formulada a essa Comissão, antes do Projeto de Resolução nº 1094, de autoria do Ver. João Verle, que institui a Comissão da Ética Parlamentar, precisa ser sopesada adequadamente. Acho que o Ver. Artur Zanella se houve bem ao colocar em discussão essa matéria sob o ângulo que colocou.

Todos sabem que o assunto ética parlamentar, especialmente no momento presente, está merecendo a atenção de todas as Casas legislativas. Aqui, na Câmara Municipal, aparentemente não está-se dando a esse assunto o enfoque devido, tanto que essa matéria está na Ordem do Dia há vários dias sem ser encarada de frente por este Legislativo. Estou posicionado sobre esse assunto, mas não de tal sorte que a discussão em torno dele não possa fazer com que algumas das minhas posições, enquanto integrante da minha comissão que estudou esse assunto, se modifiquem na Comissão, os Vereadores João Verle, Lauro Hagemann, Nereu D'Ávila tiveram grande participação, a ponto de termos sete emendas, duas subemendas e mais duas emendas, somando doze emendas e duas subemendas. Isso prova que o assunto não consegue ser classificado em vários dos seus aspectos e terá que passar por uma profunda discussão aqui na Casa. Então, como em ambas as circunstâncias, sou um homem posicionado com relação ao relatório.

 (Apartes anti-regimentais).

Estava dizendo exatamente que sobre ambas as matérias eu estou posicionado, não estou fugindo de encarar nenhuma delas, tanto que sou o único que na Comissão de Justiça votou contra o parecer que será discutido aqui no Plenário, mas não posso fugir da responsabilidade de tratar de um assunto maior, mais amplo, aquele que está colocado anteriormente aqui na Casa. Eu fico para discutir esse assunto, outro assunto na ordem normal dos trabalhos. Não pensem que sou tão desligado da Casa, sei o que estou discutindo, nem a presidência me utilize para situações outras, porque eu sou constrangido a concluir antes do tempo, sem utilizar integralmente o tempo que me foi colocado à disposição. Era isso que eu tinha para colocar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece a tolerância e a atenção do Ver. Reginaldo Pujol em razão de alguns apartes anti-regimentais ocorridos no curso da sua intervenção.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra, para encaminhar o Requerimento de sua autoria.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao escutar certos pronunciamentos aqui de pessoas que dizem da sua simpatia pela causa que defendemos vem a memória o dizer popular: “Amigos como esses, eu não preciso inimigos”.

Eu queria dizer ao Ver. Artur Zanella, que chegou no final da Sessão, que o projeto da Vera. Helena Bonumá já teve pedido um adiamento de votação; a votação do que eu proponho não afeta a votação do projeto da Vera. Helena Bonumá. O Projeto do Ver. João Verle está nesta Casa desde 1994, portanto não será o adiamento do dia de hoje que irá prejudicar a “preocupação” tão grande do Ver. Artur Zanella pela ética ...

O problema do Parecer nº 05696, referente ao requerimento nº 04696 não é um problema deste Vereador e não é um problema da bancada do PC do B; é um problema da democracia nesta Casa! Se todos os partidos, inclusive o PC do B, têm os mesmos direitos dos demais, ou se o PC do B continuará sendo um partido descriminado, o único impedido de participar da Comissão do Orçamento Participativo, o único partido impedido de participar da Comissão que discute o Regimento desta Casa, o único Partido impedido de participar da Comissão que trata do desemprego, o único Partido impedido de participar da Comissão que trata do Parque dos Maias. E mais: já foi decidido por este Plenário em onze de novembro do ano passado e está sendo desrespeitado; já foi decidido no ano passado, na Comissão de Justiça e não está sendo respeitado; já foi decidido neste ano na Comissão de Justiça e não está sendo respeitado! Porque o Ver. Zanella, e o Ver. Pujol não querem que este Plenário se manifeste? Porque querem manter essa discriminação, falando em “ética” e em “priorizar o interesse maior” ... Na verdade, eu não precisaria nem encaminhar, porque foram consultadas, aqui, as diversas bancadas, que concordaram que se vote esse assunto em seguida; porque está havendo prejuízo, por um lado da própria Casa, da Bancada do PC do B, deste Vereador.

Como me dizia outro dia um Vereador desta Casa: “O problema não é mais jurídico, mas político, pois o teu voto desequilibra a votação nas Comissões”. Vou abster-me de dizer o nome desse Vereador. O que foi dito é que o PC do B está sendo impedido de participar das Comissões, porque segundo alguns, desequilibra o voto nas Comissões. Para se fazer o que? Que a democracia seja rasgada nesta Casa, para que interesses menores prevaleçam, e na presidência de uma comissão fique determinado Vereador, na relatoria de uma comissão fique determinado Vereador? É isso que está detrás meus amigos, não é parecer de Procuradoria, não é legalidade, não é preocupação com o Tribunal de Contas! É política porca e suja que está detrás para não querer que se discuta aqui este problema!

Queremos que o Plenário se manifeste, dando uma posição sobre o Parecer da Comissão de Constituição e Justiça que já foi favorável a existência da Bancada do PC do B. Na verdade não precisaria esta votação, porque já existe uma decisão da Casa. Somente uma votação que contrariasse a decisão de 6 de novembro de 1995, poderia retirar o direito ao PC do B de ter a sua Bancada. Esta votação não houve e a Bancada do PC do B foi cassada nesta Casa. E isto não é um problema do PC do B, não é um problema do Ver. Carrion, é um problema da democracia! Porque uma Casa que não respeita a democracia, amanhã ou depois, se for fechada não poderá dizer nada, porque ela foi a primeira a enveredar pelo caminho da restrição das demais Bancadas. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar, pelo PPB, o Requerimento do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apesar da exaltação e do destempero verbal do Ver. Carrion, eu não tenho nenhuma dúvida, no meu entendimento fraco, talvez, que ele tem razão, quando ele pleiteia, quando ele postula os direitos de uma liderança, porque ele, realmente, está substituindo o Vereador que, ao que tudo indica, não há de voltar à Vereança, porque, lá no Japão, parece ser muito mais interessante. Mas, eu gostaria de chamar a atenção de um fato: esta Casa tem o dever e a obrigação de dar a ele uma decisão e são passados quase dois meses. Diga-lhe sim, diga-lhe não, não faz diferença para mim. Agora, no dia 15 de abril, faz dois meses que espera uma solução. Tem direito ou não tem direito. Eu acho que nós perdemos tanto tempo, discutindo se fazemos a inversão ou não, que nós já teríamos dito a ele sim ou não. Eu vou dizer sim, porque esta é a minha convicção. Agora, eu não posso entender que a Casa faça o que está fazendo com um Vereador seu. Ainda que eu não concorde com a maneira com a qual ele fala, sempre agredindo, sempre colocando adjetivos a mais e desnecessários, eu acho que ele tem o direito de ouvir sim ou não. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Acredito que houve um excesso do Ver. Raul Carrion quando acusou esta Casa de tentar cercear o direito do PC do B de formar a sua bancada, de indicar Vereadores para as Comissões, muito embora o Vereador só tenha citado uma comissão, já que há tantas outras em funcionamento. Parece que o endereço do Ver. Raul Carrion é diretamente localizado no Orçamento Participativo.

Vereador-Presidente, acredito que, por esse motivo, é essencial que se vote o Projeto do Código de Ética do Ver. João Verle, porque o Ver. Raul Carrion ofende este Vereador da tribuna em aparte anti-regimentais e a Mesa simplesmente se cala diante das ofensas que este Vereador ouve, sem querer retribuir ao Ver. Raul Carrion.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no ano passado, quando a Comissão de Justiça examinou um parecer relacionado com um requerimento feito pelo Ver. Raul Carrion, a Comissão de Justiça foi além do pedido feito pelo Ver. Raul Carrion e disse, naquela oportunidade, a Comissão de Justiça, que o Ver. Carrion tinha direito a tudo aquilo que qualquer Vereador, na sua titularidade, tivesse direito aqui como Bancada. Esta Casa votou aquele requerimento, e tem razão o Ver. Raul Carrion, aprovou aquele requerimento. Só que o Ver. Raul Carrion não tinha um segmento normal nesta Casa e por isso mesmo tinha que se afastar normalmente. Este ano aconteceu um fato diferente. O Ver. Mazaropi se licenciou novamente. Se o Ver. Mazaropi tivesse se afastado, tivesse se demitido, tivéssemos nós a certeza de que o Ver. Mazaropi não iria voltar mais a assumir o seu mandato, estaria completamente correto o Ver. Raul Carrion quando pedisse a esta Casa as prerrogativas da formação definitiva da Bancada do PC do B. Só que nenhum de nós pode assegurar que o Ver. Mazaropi não pode, de repente, amanhã, sair do seu estado de licença desta Casa e voltar a ocupar a titularidade, e, voltando o Ver. Mazaropi, porque quem tem o direito de ocupar definitivamente a titularidade do mandato, o Ver. Raul Carrion teria novamente que se afastar. Como é que nós iríamos nesta Casa conseguirmos gerenciar este problema? Formar uma Bancada, colocar funcionários, abrir mais cargos, de repente, afastar o Ver. Carrion e o Ver. Pirulito, será que dentro do parecer da Comissão de Justiça o Ver. Pirulito não tem o direito de formar a Bancada? E os outros Vereadores suplentes que, porventura, ocuparem um, dois dias ou uma semana aqui nesta Casa, será que também não vão ter direito de formar as suas Bancadas? Como é que esta Casa vai poder dirigir os seus destinos e controlar os seus gastos a partir da votação desta matéria? Eu acho que houve uma falha, lamentável, quando do afastamento do Ver. Mazaropi, ao invés de ele se desligar do mandato, ele resolveu pedir licença do seu mandato. Assim sendo, o Ver. Raul Carrion continua na condição de suplente não tendo alguns direitos que têm os Vereadores titulares. Por isso que nessa votação, além do Parecer da Comissão de Justiça, os Vereadores têm a obrigação de ler o Parecer da Auditoria até para que possam votar com absoluta consciência. Eu não tenho que votar hoje ou amanhã essa matéria. Temos processos importantíssimos na Pauta. O Código de Ética, eu não sei se tem que ser modificado. Foi proposta do Ver. João Verle. Eu conversei com o Ver. João Verle sobre alguns pontos, mas acho que é matéria que esta Casa tem que analisar. Faço essa manifestação que é contrária ao pedido do Ver. Raul Carrion e é pela manutenção dos projetos que estão na Ordem do Dia. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Raul Carrion, no sentido de que seja invertida a ordem dos trabalhos, votando-se, primeiramente, o Parecer da fl. 12 e, depois, o Projeto  da fl. 11.

O Ver. Pedro Ruas requer votação nominal. (Após a chamada). APROVADO o Requerimento de autoria do Ver. Raul Carrion por 16 votos SIM, 09 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 0631/96 – PARECER Nº 056/96, da Comissão de Constituição e Justiça, acerca do Requerimento nº -46/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que solicita manifestação quanto aos Processos Internos nºs 0566/96, 0571/96 e 0572/96, que tratam de indicação de um representante da Bancada do PC do B nas Comissões Temporárias que venham a se formar na Casa e da indicação de sua Assessoria.

 

Relator Ver. Airto Ferronato; conclusões:

“A matéria já teve manifestação em 1993, 1995, inclusive com deliberação do Plenário da Câmara Municipal.

Entendem, por unanimidade, os Senhores Vereadores que aquela decisão da instância superior da Câmara é definitiva, e apenas, e tão-somente, nova decisão de Plenário poderá modificar aquela deliberação.”

 

Observação:

- votação nos termos do Art. 194, § 2º, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento firmado pelo Ver. Nereu D'Ávila, solicitando seja adiada a votação do Parecer nº 56/96, da CCJ, por cinco Sessões.

 

O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Consulto a Mesa se pode haver pedido de adiamento de votação a não ser pelo autor.

 

O SR. PRESIDENTE: Sim, qualquer Vereador tem legitimidade para requerer adiamento de matéria que se encontra na Ordem do Dia.

 

O SR. RAUL CARRION: Solicito votação nominal deste Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Nereu D'Ávila. (Pausa). O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu desejo sensatez nesta Casa, que ela tenha a cabeça fria para pensar, porque nós estamos diante de algo de muita responsabilidade. o meu pedido de adiamento tem um fundamento lógico, é que nós estamos discutindo alterações da Lei Orgânica, emendas deram entrada, e em seguida, a semana que vem, nós trataremos do Regimento Interno, então nós poderemos disciplinar a matéria. Eu acho que é um açodamento, com todo o respeito, é um açodamento desta Casa forçar uma votação desse teor. Está aqui um Parecer da consultoria jurídica. Em um Parecer de 6 de março de 1996 a Dra. Marion invoca o grande comentarista da Constituição Brasileira, Pinto Ferreira, que diz o seguinte: “O suplente poderá ser convocado em caráter permanente em caso de vaga ou caráter temporário nos casos de impedimento ou licença. A vaga decorre da perda do mandato, seja pela cassação, seja pela extinção do mandato, gerando uma convocação permanente. Em tal hipótese tem o suplente o direito de suceder ao congressista que tiver seu mandato cassado ou extinto ...” Ele fala em congressista, porque naturalmente ele trata do Congresso, mas evidente que trata-se, aqui, da mesma matéria. Agora, aqui, o principal, diz Pinto Ferreira: “Já a convocação do suplente em caráter temporário ...” Que é o caso aqui. “... tem duas causas determinantes. Primeira: a investidura nos cargos mencionados na Constituição Federal. Segunda: licença por período igual ou superior a 120 dias para o suplente ficar em caráter permanente”.

 

O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): O que está em discussão é um Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila pedindo o adiamento de 5 Sessões; e o Ver. Nereu D'Ávila está tratando do conteúdo da votação que haverá a seguir, se não for adiada a discussão. Está usando incorretamente a tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa registra a manifestação do Ver. Raul Carrion, tratando-se efetivamente de uma Questão de Ordem, e vai observar a continuidade da manifestação do nobre Ver. Nereu D'Ávila.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: O Vereador que sustentou a Questão de Ordem, por certo, nunca assistiu a um júri popular. É evidente que o advogado, nos meandros das suas conclusões, tem que argumentar. O meu argumento, o principal, é que esta Casa não se apresse, que tenha a sensatez de esperar o Regimento. Por exemplo, no Congresso são 120 dias para receber um mandato permanente. O Regimento novo tem, também, uma data. Estou argumentando para que tenhamos essa sensatez, para não cometermos injustiça. Estava concluindo o Parecer do Pinto Ferreira. Ele chega a afirmar – e aqui está escrito pela Dra. Marion - : “em tal caso, antes dos 120 dias, o suplente não sucede, mas somente substitui o titular”. É o caso em tela, aqui. Enquanto suplente, não é membro do Poder Legislativo, tendo uma mera expectativa de direito quanto à titularidade. Enquanto o Vereador que está no Japão não renunciar, não morrer ou não for cassado, ele é o titular. E aqui existe uma expectativa de direito, tão-somente. Não aceito discurso político, agora: quero o discurso técnico, porque senão esta Casa estará fazendo o maior absurdo dos absurdos: estará dando titularidade para a qual não tem competência! A alguém que não é titular. Estará dando competência de titularidade sem ter competência a quem não é titular. Não sou eu que o digo: é o ilustre comentarista da Constituição, Pinto Ferreira, é a Dra. Marion, que estudou a matéria. Nós não podemos agir politicamente numa matéria técnica. Nós estaremos dando titularidade sem termos esta competência. Só se o Regimento disser, como diz o da Câmara Federal, que são 120 dias para ai obter a titularidade, se o titular não voltar. Então é uma expectativa de direito, não é direito. A titularidade implicará a criação de cargos, porque estará feita uma bancada, criada uma bancada. Mas eu não estou falando em bancada, estou falando, puramente, em direito, em técnica jurídica. Não há titularidade doada. A titularidade se obtém pela renúncia, pela morte ou pela cassação. Não houve nenhum desses casos. O Ver. Mazaropi não morreu, não renunciou e não foi cassado. Esta Casa, repito, não tem a competência de dar titularidade a ninguém e, se o fizer, será com o meu voto contrário e com o meu protesto, o mais alto possível. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. João Dib, para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Nereu D'Ávila.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou dizer novamente que não importa o resultado que seja dado à análise do Parecer. O Ver. Carrion, que eu já disse que, de repente, usa uma linguagem pesada, fez uma questão de ordem, quando o Ver. Nereu D'Ávila se pronunciava corretamente. E quando o Vereador passou a analisar o mérito, aí ele não fez questão de ordem, aí era ordem. Mas o que eu não posso entender, Sr. Presidente, é que esta Casa que é organizada, que tem Procuradoria, que tem Comissão de Constituição e Justiça não tenha solucionado esse problema. Muito bem andou a Casa quando o Ver. Carrion quis assumir no recesso e aí o Ver. Mazaropi tinha suplência para o recesso. Suplente votado. Então, o Ver. Carrion não poderia assumir, mas no dia quinze de fevereiro, quando ele assumiu em substituição ao Ver. Mazaropi, Geraldo de Mattos Filho, no mínimo, ele tinha que ter uma solução da Mesa. E se passam quase dois meses e não lhe disseram nem sim nem não, e agora vamos pedir, num magnífico esforço de inteligência, adiamento por cinco sessões. Eu me sinto entristecido, envergonhado, nesta Casa, se eu não reagir, porque isso não pode ocorrer. Ele tinha que assumir sabendo dos seus direitos e a Casa se nega a dizer a ele se tem ou não tem direito. Eu não estou defendendo o ponto de vista dele, ainda que eu concorde. Mas o que eu acho é que ele tinha o direito de receber, no dia 15 de fevereiro, a decisão para sua questão. Nós temos Procuradoria, temos Comissão de Justiça e temos, inclusive, passado para assegurar que as coisas aqui funcionam bem. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra, para encaminhar o Requerimento de autoria do Ver. Nereu D'Ávila.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, concordo apenas num ponto com a fala do Ver. Nereu D'Ávila, que sobre qualquer tipo de matéria jurídica existem versões, opiniões, pareceres, doutrinas, ou jurisprudências, assim como no direito nós hoje fizemos uma espécie de classificação, a grosso modo, entre os positivistas e os não positivistas. Mas existem princípios gerais do direito que devem necessariamente ser levados em conta, senão nós transformamos a discussão sobre a teoria do direito em mera divagação. E aqui o plenário não pode divagar sobre a matéria. Ela, em algum momento, vai estar assentada em algum tipo de princípio, em algum tipo de técnica. Portanto, essa é a única concordância que eu tenho com o raciocínio do Ver. Nereu D'Ávila. E qual é o princípio que eu acho que, neste caso, aqui, o Plenário deve-se submeter, mesmo que nós saibamos que a discussão seja complexa? Existe uma decisão aqui na Câmara e ela tem efeito de norma e isso é o raciocínio mais elementar. Nós não precisaríamos nem citar qualquer tipo de autor para suscitar e relembrar esse princípio. Esse é o entendimento da Comissão de Justiça, majoritariamente, tanto é que o Parecer feito pelo Vereador já tem, dentro da comissão, ampla maioria, e, certamente, isso vai se expressar quando da votação no Plenário. Qual é a interpretação que nós temos? É que já existe um Parecer e uma resolução da Comissão de Justiça que, até o presente momento, não foi revogada.

Então, é irrelevante a notícia de que tem uma Comissão que vai tratar do Regimento e que poderá normatizar esse assunto sobre o outro ponto de vista. Isso é irrelevante, porque existe uma norma e essa norma foi prescrita quanto à votação desse assunto na Comissão de Justiça. Então, cumpra-se a lei e aí eu recolho uma segunda concordância com fala do Ver. João Dib.

Nós também não entendemos por que não se cumpre a Lei. Se existe a norma, por que faz 10, 15, 20 dias que o Ver. Carrion não pode exercer aquilo que a norma prevê, que é um direito seu. Até que exista uma nova decisão, é essa que vale, essa é a norma, o que não dá, politicamente, Ver. Nereu, é não cumprir a Lei. Aí também não dá. Não vamos usar esse argumento que não dá para o Ver. Carrion argumentar, também politicamente não dá para argumentar que não dá para cumprir a norma. Existe a norma, me apresentem outra norma, aí nós podemos começar a discussão. Agora, não existe outro Parecer. Pode o Plenário, pode uma Comissão do Regimento criar, elaborar essa nova norma. Até o presente o momento a norma que temos a cumprir é essa e eu encerro deixando essa interrogação: Por que não se cumpre a Lei? Essa é a pergunta que o Plenário ainda não respondeu e que nós temos de nos definir e posicionar sobre ela. Eu acho que, politicamente, não dá para não levarmos em conta isso. Não estamos numa situação de um impasse que justifique, que não se leve em conta a existência dessa decisão já aprovada em 93, na Comissão de Justiça. Podemos até ser contrários a ela. Porém é ela que existe e a ela que devemos nos submeter. Por isso somos contrários ao Requerimento de adiamento e somos pelo cumprimento da norma existente na Câmara, até que seja revogada, é essa que está valendo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, para encaminhar o Requerimento do Ver. Nereu D'Ávila.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou analisar exatamente o requerimento, porque, até o presente momento, quase a esmagadora maioria falou no mérito e o mérito vamos falar depois. Uma posição em relação ao Ver. Dib, ao seu posicionamento, ele diz que a Casa tem Procuradoria, tem Comissão de Justiça com Vereadores altamente responsáveis pelos seus atos e prontos a atender àquilo que é positivo para a Cidade. Agora, a Comissão de Justiça não pode ficar freada, a fazer Parecer com a vontade de qualquer um. Nós não vamos fazer. Se o Plenário diz sim, a Comissão de Justiça, com 23 Votos sim, vai ter que fazer um Parecer “sim” para agradar ao Plenário, ou “não” para fazer um Parecer contrário à decisão de 20 votos e depois o Plenário vai derrotar. A instância máxima desta casa é o Plenário e uma vez o Plenário tomando uma decisão, cabe à Mesa ou ao Plenário adotar posição diferente daquela. Todos os partidos estavam representados na reunião que tratamos desse tema: PMDB, PDT, PT e PFL. Todos os Vereadores presentes naquela reunião se manifestaram da mesma maneira e, na verdade, já havia uma posição. Eu não falei enquanto Presidente, apenas adotei uma posição que todas as bancadas assim disseram. Portanto, existe Comissão de Justiça, mas ela não se dobra assim tão fácil. Quanto ao Requerimento, entendemos que até podemos adiar por uma Sessão, já que estamos chegando a um ponto culminante de votação, tudo razoável, mas cinco Sessões, com todo o respeito, é demais. Voto contra. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, solicitando seja adiada a votação do Parecer nº 56/96, da CCJ, por cinco Sessões. A votação será nominal por solicitação do Ver. Raul Carrion. (Após a chamada). REJEITADO o Requerimento por 18 votos NÃO.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, solicitando seja adiada a votação do Parecer nº 56/96, da CCJ, por três Sessões.

Esclarecemos a V. Exa. que há um Requerimento que muda o número de adiamentos de Sessões. Amparado na consulta à Diretoria Legislativa da Casa, a Assessoria informa que se pode ingressar com requerimento dessa natureza.

Em votação o presente Requerimento. (Pausa). O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, para encaminhar o Requerimento de sua autoria de adiamento de Parecer.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos buscando, com estes requerimentos, e assim o foi com o do Ver. Nereu D'Ávila, assim o é com o meu, agora, viabilizar a votação do Regimento Interno da Casa, na alterações previstas.

Entendemos a ansiedade do nobre Ver. Raul Carrion, mas de outra parte, entendemos também que é necessário oportunizarmos à Casa uma discussão maior. O nobre Vereador da Bancada do PC do B tem sempre colocado o posicionamento de que deve haver discussões bem pensadas, bem decididas e, agora, quer atropelar tudo. Então, se há uma reforma do Regimento desta Casa, se há uma discussão em cima desse Regimento, como não deixarmos que esta Casa vote o Regimento? Ou saímos a votar agora o Requerimento para deixarmos satisfeito o companheiro do PC do B, e com isso não votamos uma legislação maior, que é a reforma do nosso Regimento. Temos que ter a noção e a consciência de que não podemos mais fazer política desta maneira; cada um que aqui chega, assume o cargo e, depois, quer cargos, funções. Quer dizer, isto tem que acabar. Daqui mais alguns dias teremos quinze bancadas e vai-se chamar isso de democracia. Ora, temos que ter a visão dos exemplos, e gosto quando vêm aqui, discutir, como faremos daqui a pouco com o famoso Projeto do Ver. João Verle, que gosta muito de ética na política. Pois, a ética na política diz que, na Câmara Federal, ninguém assume de um dia para o outro e forma uma bancada. Na Assembléia Legislativa é a mesma coisa; mas, aqui na Câmara, se faz isso. Como é que nós queremos a moralização do processo legislativo, se não damos o exemplo? Como discutirmos ética na política se não damos o exemplo? Isso não tem nada a ver com o PC do B ou com qualquer outro partido. Nós respeitamos todos os partidos, mas devemos ter a visão clara de que não é possível alguém assumir aqui e logo querer ter uma bancada e com todos os direitos de um partido constituído.

É por isso que queremos que o Ver. Raul Carrion, do PC do B, tenha a visão clara de que numa casa política vale muito o processo de discussão, de análise, para que se possa, realmente, aprimorar o processo legislativo e o Regimento da Casa. Não podemos querer, simplesmente, que a matéria venha à discussão neste Plenário, venha a ser votada, para satisfazer um Vereador que esteja, eventualmente, na vereança da Casa. Se o Ver. Geraldo de Mattos Filho voltar na semana que vem, o Ver. Raul Carrion não será mais Vereador nesta Casa; voltará a sua condição de Suplente. Como é que nós vamos votar uma matéria dessa natureza, com tamanha responsabilidade, sem antes termos a votação do Regimento? Se o Regimento da Casa, nas suas alterações, vier a consubstanciar essa prática – sou contrário a ela e a deploro -, poderei até aceitar. Hoje, não há como aceitar. Srs. Vereadores, Ver. Raul Carrion, nós não estamos, de forma alguma, tentando obstaculizar a votação do seu requerimento; nós estamos tentando mostrar-lhe que o bom senso, Ver. Raul Carrion, faria com que V. Exa. numa casa política, esperasse a votação do Regimento para, então, ter uma definição do Plenário desta Casa sobre do que seja a vontade soberana de todos os Vereadores. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, solicitando seja adiada a votação do Parecer nº 56/96, da CCJ, por três Sessões. A votação será nominal. (Após a chamada). REJEITADO o Requerimento por 17 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Eu requeiro que conste nos Anais desta Casa, para julgamento futuro, que o Ver. Jocelin Azambuja requereu um adiamento, encaminhou à votação e ausentou-se do Plenário em flagrante desrespeito aos seus colegas.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Parecer nº 56/96, da Comissão de Constituição e Justiça, acerca do Requerimento nº 46/96, de autoria do Ver. Raul Carrion..

A Presidência esclarece aos Srs. Vereadores que não há discussão, tão somente o encaminhamento, tendo em vista que se trata de votação de um Parecer, dispõem do tempo regimental, para encaminhar, além das Lideranças, o Relator da matéria e o autor do Requerimento.

Para encaminhar, inscreve-se o Ver. Jocelin Azambuja.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, esta Casa já cometeu equívocos anteriormente sobre essa matéria. O Parecer do nobre Ver. Airto Ferronato, destarte da excelente manifestação legal da nobre Auditoria, o Parecer, simplesmente, afastou-se da legalidade da matéria, como quem diz “lavo as minhas mãos” e procurou louvar de posições anteriores, mas não se aprofundou no âmbito dos aspectos legais que ali estão consubstanciados e que deveriam ter sido apreciados pelos Vereadores que assinaram o Parecer, uma vez que o Relator não fez qualquer alusão ao excelente trabalho no que se refere ao aspecto legal.

Há, neste documento que faz parte do Processo, excelente ensinamentos jurídicos sobre o é um Vereador suplente e do que é um Vereador titular. Como um vereador suplente ter bancada? Como esta Casa poderia pensar que um suplente, que assume eventualmente o cargo de Vereador, pode ter uma bancada. Imaginem! Daqui à pouco, todos os vereadores suplentes terão todos os direitos de um Vereador. Daí, teremos que construir gabinetes para abrigar os vereadores suplentes e suas bancadas. Imaginem que grande exemplo de seriedade esta Casa estará dando. Teremos que ter, ainda, vários assessores a disposição para, quando os suplentes assumirem, atendê-los.

O Presidente terá que determinar que se façam novos gabinetes para que o suplente possa montar a sua bancada e trabalharem aqui nesta Casa. Não pode confundir e é este discurso errado que o Ver. Raul Carrion tem feito nesta Casa querendo colocar o seu Partido contra os demais Partidos como se os demais Partidos tivessem contra o seu Partido, não tem nada a ver. Nós, do PTB, temos o máximo respeito pelo PC do B como tenho certeza que todos os Partidos desta Casa têm, agora, nós temos que saber diferenciar muito bem o que é a figura de um suplente. Eu pergunto se o Dep. Federal Edson Silva assumiu coo suplente um dia na Câmara Federal se ele teve Bancada? Quando ele assumiu como suplente do Dep. Matheus Schimit ou Carrion, não me lembro qual dos dois havia assumido uma Secretaria, depois de 6 meses de licença do Deputado é que ele assumiu e pôde ter a sua Bancada lá na Câmara Federal, mas não, aqui, nesta Casa. Daqui a alguns dias, quem sabe, se aprovada a matéria, o Ver. João Pirulito que normalmente tem assumido por 1, 2, 3 dias esta Casa, evidentemente, vai ter que ter a sua Bancada, o PSB vai ter a sua Bancada.

Vejam bem, não é contra o Partido, o PC do B, a nossa manifestação, é contra o ato errado de querer se fazer dar Bancada a quem assume como suplente desta Casa num impedimento momentâneo do titular, que pode, a qualquer momento, estar aqui de novo. Diante desta posição, nós não podemos acolher o parecer que é equivocado e que não aprofundou na sua matéria o aspecto legal e jurídico que deveria ser abordada a matéria. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Nereu D'Ávila, para encaminhar o Parecer nº 56/96.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero deixar gravado nos Anais para a posteridade pode averiguar se consumar este ato de irresponsabilidade da Câmara Municipal de Porto Alegre. É um ato de irresponsabilidade, pegar um parecer supérfluo, perfunctório, fraco e político e querer impor como uma decisão jurídica.

O Ver. Elói Guimarães que tinha um parecer fundamentado foi derrotado politicamente na Comissão de Justiça e agora está por ser perpetuado, eu espero que o bom-senso ainda vingue, porque temos remédios legais votados e ali poder-se-ão criar mecanismos viáveis para solucionar, não é justo que numa Comissão Especial uma Bancada de 11 Vereadores, como a do PT, ou uma Bancada de 9 como a do PDT possa indicar o mesmo número de componentes de uma Bancada de um componente, em qualquer lugar a proporcionalidade deve ser observada.

Citei, em outro pronunciamento Pinto Ferreira, agora vou citar José Nilo de Castro, do parecer da Dra. Marion, Direito Municipal Positivo, Belo Horizonte, Editora Del Rei, 1991, página 87 e 88 ao tratar sobre suplência de vereadores ensina que o suplente entende-se no exercício de vereador, substituto não sucessor, só ocupa o lugar o substituído no Plenário, não nas comissões ou mesa diretora. Aí pergunta ele tem o suplente enquanto substituto a imunidade material, isto é, inviolabilidade a teor do art. 29, item 6º da Constituição Federal? Sim, o substituído enquanto durar a licença é que não a terá. É lógico. Então diz o mestre, como outros já haviam dito, que há aqui enorme diferença entre a expectativa de direito e o direito propriamente dito. Então o tratadista diz que no Plenário sim, mas nas comissões e na mesa diretora não. Tanto que o nosso Regimento prevê que o suplente não pode fazer parte da mesa diretora, por que razão seria? Má-vontade com algum partido, não é que ele, a qualquer momento ele pode ser substituído, como já disseram aqui “n” vezes, se não der certo no Japão o Vereador titular reassume aqui a cadeira, então deve haver restrições ao exercício da titularidade e não a essa propriamente dita. O Regimento já contempla a não-participação da Mesa. Agora, José Nilo de Castro diz: “O substituto só ocupa lugar do substituído no Plenário, não nas comissões ou Mesa Diretora”. José Nilo de Castro estará dizendo bobagem? Não. Temos que diferenciar. Podemos abrir, como o Congresso Nacional abriu, uma porta de saída para a situação, que é o que estou preconizando para o Regimento na semana que vem. Não há disso nenhum problema, sendo que, no Congresso Nacional, é de cento e vinte dias. Podemos fazer aqui em menos tempo, aí é Lei, não um Parecer, que, com todo o respeito ao Ver. João Motta, foi apenas e tão somente político. Concordo muitas vezes com este Plenário, no que diz respeito às questões técnicas e políticas, quando a responsabilidade é limitada, mas, agora, a nossa responsabilidade é ilimitada. Estamos sem ter a competência, a legitimar uma efetividade que não nos compete, a Lei é clara, a titularidade só se realiza por morte, renúncia, ou cassação de mandato, graças a Deus cassação não há mais, renúncia não houve, e morte tomara que não haja, que o Ver. Mazaropi, tenha muita saúde, mas a diferença é de abismar.

O que quero não é que o Vereador não venha a ser titular, como há um ânimo definitivo, embora não foi consubstanciado na denúncia, por escrito, materializada, eu reconheço, porque não sou hipócrita. Agora, o que sinto é profundamente honesto e não me dou atribuições que não possuo, que o povo não me deu, a Lei é clara.

Concluo, apelando pela undécima vez, se fosse possível na semana que vem abrirmos as portas, solucionarmos o problema e darmos um tempo para o suplente atingir a titularidade, através de um tempo que não precisa nunca ser 120 dias, como foi lá no Congresso. E, aí, ele estará, pela nossa Lei, atingindo a Titularidade. Mas, hoje, não há Lei, há um Parecer, tão-somente. Esta Câmara, realmente, se construir em cima disso a Titularidade do Vereador, com todo respeito, estará fugindo, extrapolando em muito as suas atribuições. Será uma monstruosidade jurídica. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, para encaminhar o Parecer nº 56/96.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não pretendia encaminhar matéria, porque tenho absoluta convicção em relação à decisão do voto favorável à Bancada do PC do B, mas cheguei a temer, hoje, pelo modo do encaminhamento das diversas questões levantadas, aqui, do Ver. Carrion, que praticamente o Ver. Carrion queria colocar os Vereadores contrários à posição dele, tal a infelicidade, a agressividade extemporânea do Vereador, me perdoe, Ver. Raul Carrion, V. Exa. estava quase que virando o voto de gente que quer lhe apoiar e querem lhe colocar dentro da justiça do seu pleito.

Nós temos que ter bem claro o entendimento que há uma situação criada por alguém que colocou hierarquicamente o seu interesse privado acima do seu interesse público, que foi o Ver. Mazaropi. Esta é a situação de fato colocada. Ao se retirar e não renunciar, criando uma situação pública e notória que a não ser que o Vereador, ou melhor, o treinador Mazaropi se dê mal no Japão, é óbvio que ele permanece lá até o final do ano, ele colocou uma situação constrangedora ao seu Partido, a sua Bancada, que é o PMDB, aos seus eleitores, que foram desrespeitados, do ponto de vista do conceito e da confiança do voto colocado.

Em todo caso talvez seja uma resposta àquele eleitor que vota misturando alhos com bugalhos, misturando política com futebol, que é um absurdo, e talvez os Partidos aprendam a fazer este tipo de coisa com maior respeito. Por exemplo: não convidem o Presidente do Grêmio a ser candidato a Vereador, a Prefeito, não cometam esse erro. Em segundo lugar, gerou constrangimentos a duas Bancadas, a Bancada do PC do B, que é, por força de uma coligação chamada a assumir, e traz aqui o Ver. Raul Carrion que, no seu absoluto direito de pleito de constituir bancada com todos os direitos, briga para ter esses direitos reconhecidos. É inequívoco que cria também constrangimento à bancada do PDT, e por conseqüência do Regimento que não tinha nada a ver com a história, acaba sendo prejudicado parcialmente na constituição de comissões. Nesse sentido, parece-me que temos uma situação, que seja como for que se resolva, de um lado, vamos atender uma justiça; e de outro, vamos cometer uma injustiça. Não temos saída. Se atendermos o Ver. Carrion, damos justiça a seu pleito. Vamos cometer uma injustiça com a bancada do PDT. O Ver. Nereu D'Ávila não seria Líder da sua Bancada se calasse, se não esperneasse, se não lutasse para defender o espaço do partido que ele representa nesta Casa. Isso tem que estar bem claro.

Eu também fiz isso quando representei o PT para garantir a presença da então minha suplente Ana Godoy, mesmo que o hoje candidato petista à Prefeitura, Raul Ponte, faça questão de esquecer disso. O que temos de decidir é qual é a justiça maior, qual a injustiça menor. Eu, pessoalmente, acho que a injustiça menor é reconhecer o direito básico do Ver. Raul Carrion porque é uma Bancada que elegeu, de fato, historicamente um Vereador para esta Legislatura, a Ver. Maria do Rosário, que assim como eu, em algum momento, resolveu trocar de trem, mas que não tirou o reconhecimento, a presença, os votos e o interesse dos eleitores que a elegeram através do PC do B, mesmo que ela hoje tenha passado para o PT, assim como eu que saí do PT e passei para o PSDB.

Acho que houve respeito meu pelo PT, e do PT por mim no episódio, e acho que houve, embora um destempero em um certo momento dos companheiros do PC do B em relação à Ver. Maria do Rosário, houve respeito no encaminhamento. Não houve mudanças de rumos tão significativos que prejudicassem decisões da Casa. O PC do B tem direito de uma representação aqui. Relativamente tem mais direito o PC do B do que o PSDB que, no processo eleitoral de quatro anos atrás, não elegeu um vereador. Isto deve ficar bem claro: vamos discutir isso com absoluta clareza, pois termos uma legislação, às vezes, contraditória devemos buscar os equilíbrios, porque essa decisão não é definitiva. Se, por um acaso, o Ver. Mazaropi voltar, ninguém estará prejudicado, o Vereador assumirá de imediato e não teremos diminuído a presença dos trinta e três Vereadores da Casa.

Por isso, encaminho favorável e darei o meu voto ao Ver. Raul Carrion. Temos que aprender a ter uma discussão menos sectária, menos apaixonada e mais objetiva com relação às coisas que estão sendo, de fato, discutidas. Portanto, o meu voto é favorável ao pleito e ao Parecer da Comissão de Justiça. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação o Parecer nº 56/96, da CCJ. A votação será nominal. (Após a chamada). APROVADO o Parecer nº 56/96 por 17 votos SIM, com Declaração de Voto do Ver. João Dib . (Lê).

“Declaração de Voto

Votei favoravelmente ao parecer que reconhece direitos de Bancada ao Ver. Raul Carrion, por convicção pessoal.

É claro que fica para os que se posicionaram contrariamente o caminho do Judiciário que resolverá, sem dúvida nenhuma, decidir com absoluta isenção a matéria.

Sala das Sessões, 10 de abril de 1996.

(a) Ver. João Dib.”

 

O SR. JOÃO VERLE (Requerimento): Sr. Presidente, embora o Código de Ética seja de minha autoria e esteja na Ordem do Dia há muito tempo, tenho o maior interesse em fazer essa discussão, penso que começar às 6 horas da tarde, depois desse momento, ficaria prejudicado. Requeiro que seja invertida a ordem, votando-se primeiramente, os requerimentos.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa tem o primeiro Requerimento formulado por V. Exa. e o colocará em votação.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, fiz um requerimento da tribuna, entreguei à Mesa, para retirada de um projeto, e, gostaria que fosse votado hoje. Sei que a Auditoria já deu seu parecer, gostaria que também incluísse na votação o meu requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa observará rigorosamente a ordem de protocolo e numérica com relação aos requerimentos.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Faço um requerimento para a constituição de uma comissão para acompanhar o dissídio coletivo dos municipários, e, dado o prazo em que já se encontra, gostaria que esse requerimento fosse o primeiro a ser votado.

 

O SR. PRESIDENTE: Há um Requerimento do Ver. João Verle no sentido de que sejam, antes de votar o seu Projeto de Resolução que está na Ordem do Dia, votados os requerimentos primeiramente. Vamos submeter esse assunto à votação. Logo após, colocaremos em votação os Requerimentos de preferenciabilidade em relação aos Requerimentos. Em votação o Requerimento do Ver. João Verle. (Pausa). O Ver. Artur Zanella está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Sei que o Ver. Raul Carrion só entende e gosta de entender as coisas quando são favoráveis a ele. Quando uma pessoa coloca uma questão que não é aquilo, o Vereador, normalmente, como se diz na gíria, vem com quatro pedras na mão, ofendendo as pessoas, como ofendeu este colega, dizendo que eu era contra a sua proposição, que não era democrático. O que eu dizia, naquele momento, e digo novamente agora, é que a inoportunidade daquela discussão ia dar nisso que está acontecendo agora. Discutimos um assunto, que vai terminar no Tribunal de Contas, quando nomearem pessoas aqui que não têm condições de serem nomeadas. Vou pedir uma cópia dessas atas de hoje. Estou encaminhando o Requerimento do Ver. João Verle. Tem que ter um embasamento antes.

O que ocorre, neste momento, com o Requerimento do Ver. João Verle, é que se inverteu antes a Pauta. O Ver. José Valdir, de vez em quando, entende alguma coisa. Não é muito, mas ele entende. Ele capta as coisas. Agora, o Ver. Clóvis Ilgenfritz tem pressa, o Ver. João Verle tem pressa, todo o mundo tem pressa para tratar de seus assuntos, às 18h. Novamente eu diria que gostaria que seguissem as indicações que a Mesa fez para os processos de hoje. Seguisse a norma usual. O Sr. Presidente da Casa deve ter estudado com seus assessores, com a parte técnica da Casa, e fez uma programação, mas, hoje, como há diversos interessados em votações – o Ver. João Verle é um, daqui a pouco vem o Ver. Clóvis Ilgenfritz, vem o Ver. João Dib, então, essas discussões vão descambar numa posição minoritária desta Casa. O Plenário está absolutamente esvaziado para votar projetos importantes e era isso que eu alertava antes.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, espero estar interpretando a Bancada do PDT e o seu Líder que aqui está, Ver. Nereu D'Ávila, que teve a gentileza de me fazer porta-voz, nós gostaríamos, no dia de hoje, que, a partir desse momento, seguíssemos a ordem normal das votações, não fazendo inversões e começássemos a discutir o Projeto do Ver. João Verle, porque é um Projeto importante nesta Casa e merece uma discussão muito grande. É um Projeto antigo, mas sempre atual, e ele demora, a sua votação, porque ele vai ser sempre discutido no final da Sessão.

Eu ouvi, nesses dias, do Ver. José Valdir, que a Câmara estava encerrando os trabalhos antes das 18 horas, que tínhamos que trabalhar mais, aquela coisa toda, mas a mecânica, Ver. José Valdir, não é a mais adequada, me parece. Nós temos aqui, nesta Casa, como principais objetivos, a discussão dos projetos que estão na Pauta, a votação e apresentação de Projetos, depois os outros assuntos, mas aqui não, nós invertemos tudo. A parte nobre da Sessão, a parte completa da Sessão, nós discutimos tudo, menos votação de projetos, menos Pauta.

Então, o Ver. João Verle, com todo o direito, quer a inversão da ordem e considero que, como a Mesa fez esta ordem baseada na sua assessoria, no Regimento, deva ser seguida a ordem normal da Casa. Não vejo por que tenha tanta pressa esses requerimentos para serem prioritários em relação aos projetos. Os projetos são prioritários; os requerimentos são menos prioritários, apesar de serem importantes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encontram-se presentes os Vereadores: Lauro Hagemann, Raul Carrion, Nereu D'Ávila, Clovis Ilgenfritz, Helena Bonumá, Giovani Gregol, Pedro Américo Leal, João Dib, José Valdir, João Motta e este Vereador Presidente da Casa.

Não há quórum para votarmos a prorrogação da Sessão por mais duas horas; portanto, encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h07min).

 

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